Resenha: Mulherzinhas - #MulheresEmFoco

Título: Mulherzinhas
Autor: Louisa May Alcott
Editora: Folha de S. Paulo
Páginas: 304
Ano: 2017
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: Best-seller desde seu lançamento, em 1868, “Mulherzinhas” conta a história de quatro irmãs nos Estados Unidos durante a Guerra da Secessão. A narrativa atravessa um ano na vida da altiva família March, que se vê submetida a toda sorte de problemas – da ausência do pai, que está na guerra, à falta de dinheiro para o sustento da casa. O leitor acompanha as aventuras e as agruras das irmãs Meg, Jo, Beth e Amy, que, com a mãe e a criada Hannah, vão criativamente driblando a escassez de recursos. À mãe cabe aconselhar as filhas de modo a fazer prevalecer os princípios virtuosos e generosos que norteiam a vida daquela família, mas que nem sempre coincidem com os da sociedade à sua volta. O livro de Louisa May Alcott flagra o momento de amadurecimento de quatro meninas de temperamento bastante distinto, que, ao longo daquele ano difícil, se transformam em pequenas mulheres – as “mulherzinhas” do título. A convergência, no romance, de um trágico momento histórico dos Estados Unidos com os dramas de sobrevivência de uma família, seu esforço para preservar a dignidade e os valores, e os sonhos das adolescentes num período difícil da vida nacional fizeram de “Mulherzinhas” um clássico da literatura americana.

- Eu não! E se prender o cabelo para cima me faz uma senhorita, então vou usar maria-chiquinha até os vinte anos - exclamou Jo, arrancando a redinha e sacudindo a cabeça para soltar a cabeleira castanha. - Detesto a ideia de crescer, ser a senhorita March, usar vestido comprido e andar empertigada feito uma rainha-margarida! Já é bem ruim ser menina quando gosto é de brincadeiras, trabalhos e modos de menino! Não me conformo em não ser um garoto, e agora é pior, pois morro de vontade de ir lutar com papai, mas só posso ficar em casa tricotando, feito uma velha chata. "

Do mesmo modo que ocorreu com Jane Eyre, fiquei muito interessada em ler Mulherzinhas por causa do filme "Adoráveis Mulheres", de 1994, estrelado pela Susan Sarandon e pela Winona Ryder.
O livro, que foi lançado em 1868, conta a história de uma família, mais especificamente, de uma mãe e de suas quatro filhas. A partir do momento em que o pai delas vai para a guerra, elas tem que se virar com o pouco que ganham. No entanto, isso não as impede de aproveitarem cada momento, sejam nas horas felizes, seja nas horas mais complicadas.
A mais velha, Meg, tem dezesseis anos e era a mais bonita das quatro; Jo tem quinze anos e é a mais"moleque", o que para a época, era uma coisa horrível; Beth tem treze anos e é a mais tranquila e tímida; Amy é a caçula e é uma Branca de Neve - pálida, loira, de olhos azuis. Cada uma tem a sua personalidade muito bem definida e são bem diferentes entre si.
A história é bem simples, mas também consegue mostrar muito bem a realidade da época. Por serem muito pobres, as duas irmãs velhas, além de estudarem, têm que trabalhar para ajudar a mãe. Pelo que me lembrava do filme, tinha a impressão de que o foco era maior na Jo - personagem da Winona Ryder. Porém, no livro, a narrativa é bem dividida entre as quatro.
Talvez por ser a menos certinha, a irmã que eu mais gostei foi a Jo, mas também gostei bastante da Amy. Não gosto muito da personalidade da Meg, mas considerando a época em que foi lançado, faz sentido.
As irmãs vão passar por momentos muito difíceis, mas mesmo não tendo muito, elas sabem se divertir, como por exemplo, ao encenarem peças de teatro dentro de casa. Elas têm uma criatividade muito grande, principalmente a Jo, que também é a irmã que mais gosta de ler.
Teve uma cena específica que achei muito bonita. É véspera de Natal e por ser uma data comemorativa, é o dia que as irmãs mais esperam do ano inteiro, pois a mãe sempre consegue comprar bastante comida. No entanto, a mãe descobre que há uma família, com crianças pequenas e até um bebê, que estão morando em uma casa desabrigada e caindo aos pedaços. Eles não tem nada para comer, as crianças estão passando frio e a mãe não tem condição de comprar tudo que precisam. Nisso, a Sra. March pergunta às filhas se elas poderiam abrir mão do banquete delas para darem à família, que precisavam bem mais do que elas. Mesmo ficando tristes, elas sabem que não precisam tanto e todas vão levar a comida para a família.
No final, elas acabam se divertindo com as crianças mais novas e terminam sendo recompensadas no dia seguinte. Um capítulo lindo e que também passa uma mensagem bem bonita.
Gostei do livro, mas achei que fosse gostar mais, por causa do filme, que ainda amo (e talvez até prefira). Mas isso tem uma explicação. Só depois que terminei de ler, descobri que existem mais três livros contando a história das irmãs March e em nenhum momento essa minha edição comenta isso e duvido que muita gente saiba, até porque esse é o título mais famoso da autora.
Seguem a ordem dos livros, para ninguém mais ficar desinformada como eu:

       1. Mulherzinhas - compre aqui;
      2. Boas Esposas - compre aqui (somente e-book);
      3. Um Colégio Diferente (não achei na Amazon);
      4. A Rapaziada de Jo (também não encontrei).

O maior problema é que os volumes seguintes só têm em edições antigas e provavelmente só é possível encontrá-las em sebos. Por ser um clássico da literatura norte-americana, alguma editora deveria dar mais atenção para as suas continuações.
E acredito que o filme de 1994 junta os quatro livros, pois tem muita coisa que acontece nele, que não existe neste volume.

Esse ano deve sair um novo remake, com direção da Greta Gerwig, e no elenco temos Emma Watson, Timothéé Chalamet, Saiorse Ronan, Laura Dern e Meryl Streep. Só isso! Nem preciso dizer que já estou ansiosa.

Até a próxima e boa leitura!