Resenha: Só Garotos - #Mulheres EmFoco

Título: Só Garotos
Autor: Patti Smith
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 272
Ano: 2010
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: Crescida numa família modesta de Nova Jersey, Patti Smith trabalhou em uma fábrica e entregou seu primeiro filho para adoção, antes de se mandar para Nova York, com vinte anos, um livro de Rimbaud na mala e nada no bolso. Era o final dos anos 1960, e Patti teve de se virar como pôde - morou nas ruas de Manhattan, dividiu comida com um mendigo, trabalhou e dormiu em livrarias e até roubou os colegas de trabalho, enquanto conhecia boa parte dos aspirantes a artistas que partilhavam a atmosfera contestadora do 'verão do amor'. Foi então que conheceu o rapaz de cachos bastos que seria sua primeira grande paixão - o futuro fotógrafo Robert Mapplethorpe, para quem Patti prometeu escrever este livro, antes que ele morresse de aids, em 1989.

Estávamos andando em direção à fonte, o epicentro da ação, quando um casal mais velho parou e ficou abertamente nos observando. Robert gostava de ser notado, e apertou minha mão com carinho.
"Oh, tire uma foto deles", disse a mulher para o marido distraído, "acho que são artistas."
"Ora, vamos logo", ele deu de ombros. "São só garotos."

Quando escolhi esse livro no final do ano passado, foi com uma mistura de sentimentos, pois como não sou a maior fã de (auto)biografias, estava com um pouco de medo de não gostar ou até de achar muito difícil. Que bom que não desisti, já que ele se tornou uma das minhas melhores leituras do ano.
Para quem não conhece, Patti Smith é uma cantora, poeta, fotógrafa, escritora e compositora, que teve grande importância no movimento punk durante os anos 70.
Mas antes de se tornar essa figura tão importante para a música, Patti Smith dividiu o sonho de ser uma artista com o fotógrafo Robert Mapplethorpe.
Neste livro de memórias, Patti narra como eles se conheceram, os altos e baixos que tiveram que passar durante os anos 60 e 70. Com vinte anos, Patti se mudou para Nova York sem nada no bolso, viveu morando nas ruas de Manhattan com mendigos e dormindo muitas vezes em livrarias. Até que conheceu sua primeira grande paixão, um aspirante a fotógrafo, que com seus cachos e roupas escuras, dividiram experiências até ele morrer de AIDS, em 1989.
Em 1969, de mudaram para o Hotel Chelsea, onde todos os grandes artistas da época circulavam pelos corredores: Janis Joplin, Bob Dylan, Bukowski, Leonard Cohen, Iggy Pop, Arthur C. Clarke, Mark Twain, Jimi Hendrix, entre diversos outros famosos.
Enquanto ela escrevia, ele tirava fotos extremamente provocadoras e viviam o período do rock roll, da poesia e do sexo.
A leitura passa muito rápido, pois a escrita da Patti Smith é muito poética e transmite todo o amor que ela tinha por Robert, mesmo com todas as brigas e dificuldades que eles tiveram - desde a falta de dinheiro até o namoro dele com outro homem.
É magnífico se aventurar por aquelas épocas, onde os maiores artistas viveram e houveram acontecimentos marcantes no mundo, como o Woodstock e o assassinato de Sharon Tate.

Mais tarde diriam que o assassinato durante o show dos Stones em Altamont, em dezembro, marcou o fim do idealismo dos anos 60. Para mim, pontuou a dualidade do verão de 1969, Woodstock e o culto de Manson, nosso confuso baile de máscaras."

É tanta história e referência, que até ficamos perdidos com tantas coisas que queremos pesquisar.
Um livro excelente e que com certeza, eu não consegui passar nem metade da maravilhosa experiência que foi lê-lo. Recomendo para todo mundo, mesmo para aqueles que acham que não vão gostar, pois vocês vão ser capturados pela escrita da Patti Smith.

Até a próxima!

7 comentários

  1. Gente esse livro é puro história de música. Adoro a Patti Smith e sou bem maluca para ler esse livro dela.
    Notei que tem muita referência de personagens da música ♥ Certamente um livro incrivel.

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  2. Olá...
    Ainda não conhecia esse livro e vou ser obrigada a admitir que não tenho muito conhecimento sobre Patti Smith, porém, adorei tanto os seus comentários a respeito dessa obra que fiquei com vontade de ler!
    Bjo

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  3. Oiii,

    Não é muito meu tipo de leitura também, mas confesso que é realmente uma história bem interessante. Fiquei curiosa para saber também se o livro Neve da Primavera foi inspirado nele, porque a história inicial é bem parecida. O resto da vida dela é bem movimentada e traz a ideia de como as coisas poderiam ser na época, como eu disse, não é muito meu tipo de história, mas quando eu estiver procurando algo para sair da minha zona de conforto com certeza é uma que eu irei procurar.

    Beijinhos...
    http://www.equipenerd.com.br

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  4. Olá, tudo bem? Biografias e/ou autobiografias fogem longe da minha zona de conforto também, mas que bom que se surpreendeu e tornou-se uma das melhores leituras do ano! Não conhecia protagonista, admito, mas fiquei curiosa com esse desenrolar todo e sua vida. Ah, e adoro quando temos referências na narrativa haha Dica anotada!
    Beijos

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  5. Não conhecia essa obra, mas vendo sua resenha pude perceber o quão intensa e marcante ela deve ser. Eu não leio muito biografias também, mas algumas que li, me conquistaram muito, pois acredito que sempre tem histórias emocionantes e importantes para contar. Já vou deixar a dica anotadinha.

    Beijos,
    Blog PS Amo Leitura

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  6. Oi, Carolina!
    Sei bem pouco sobre a Patti Smith e fiquei surpresa por sua escrita ser tão poética! Acho que ter uma carga grande de informações e referências é um dos pontos das biografias e autobiografias que sempre me deixam um pouco cansada durante a leitura, mas por ter uma vida tão cheia de acontecimentos, parece que vale a pena né? Vou por na minha lista :)
    Beijo!

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  7. Olá Carolina!!!
    Eu simplesmente não minto que sou uma pessoa que se puder não leio biografias, pois eu vou mais para aqueles autores que gosto e só para curiosidade mesmo não é muito minha praia.
    Não minto que não conheço a autora, nem como artista mas achei que a leitura trouxe coisas boas e maravilhosas para você.

    lereliterario,blogspot.com

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