Resenha: A Caça (Livro 2)

Título: A Caça
Autor(a): Jussi Adler-Olsen
Editora: Record
Páginas: 462
Ano: 2015
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: Ao retornar das férias, o detetive Carl Mørck, do Departamento Q, encontra em sua mesa os arquivos do caso Rørvig. Que estranho. O caso não havia sido encerrado? O assassino dos dois irmãos mortos na casa de veraneio não se entregara nove anos depois do crime? Quem teria colocado aqueles arquivos ali? Alguém parece querer que o caso seja reaberto e Carl Mørck morde a isca.
As pistas que encontra levam o detetive à alta-roda, ao mundo do mercado de ações, da indústria da moda e da cirurgia plástica. E também às sarjetas mais imundas e sinistras de Copenhage, onde conhece Kimmie, uma moradora de rua atormentada por vozes e que precisa roubar para viver. Kimmie parece estar sempre fugindo. E de fato está. Três poderosos homens estão atrás dela e não medirão esforços para encontrá-la, pois Kimmie parece saber algo capaz de ameaçar o futuro deles. Algo que pode ter a ver com o caso antes encerrado, mas que, infelizmente para os três, acaba de ser reaberto pelo incansável detetive Mørk.

Carl assentiu, mudo, e se esforçou a mostrar alguma forma de gratidão, porém estava difícil. Kyle Basset era exatamente como aqueles que o maltrataram tanto no passado. Sem nenhuma empatia. Havia acabado de demonstrar isso diante dos olhos de Carl. Que gente nojenta, ele e seus iguais."

No final de 2018 eu li o primeiro volume da série policial Departamento Q, A Mulher Enjaulada. Desde então, estou tentando achar tempo para ler o segundo volume, mas sempre acabava adiando por causa da quantidade de páginas: quase 500. Finalmente, esse ano consegui tirar ele da estante!
Após retornar das férias, o detetive Carl Mørck encontra em sua mesa um arquivo de um caso já encerrado, o que é estranho, já que ele pega somente casos que ainda não foram resolvidos depois de anos.
O caso é de 20 anos atrás, onde dois irmãos, de 17 e 18 anos, foram assassinados em sua casa de veraneio na Dinamarca, sem nenhuma marca de agressão sexual ou sinal de roubo. Os principais suspeitos fazem parte de um grupo de alunos de um internato da alta sociedade. Nove anos depois, um deles se entrega como o autor do crime. Então porquê alguém iria querer que Carl reabrisse o caso?
As pistas levam a cinco pessoas da elite: Ditlev Pram, fundador de uma cadeira exclusiva de clínicas particulares; Torsten Florin, designer de moda de renome internacional; Ulrik Dybbøl Jensen, analista e especulador de ações na bolsa de Copenhague; Bjarne Thøgersen, que confessou o assassinato dos dois irmãos e hoje está na cadeia; e Kirsten-Marie Lassen (ou somente Kimmie), que já fez parte da alta sociedade e hoje é uma moradora de rua.
Kimmie é a única que pode ameaçar o futuro dos três homens poderosos e por causa disso, ela precisa viver fugindo e se escondendo. Até agora! Junto com o seu assistente, Assad, cabe a Carl desvendar o caso que já parecia resolvido e enfrentar pessoas muito mais fortes que ele.
Vamos lá. Eu tinha gostado muito do primeiro livro e estava com boas expectativas com esse. E até um ponto, as expectativas estavam supridas. Porém, a partir de um ponto, algumas situações começaram a me incomodar um pouco e nem é relacionado ao caso em si, pois esse é muito bem construído. O que realmente me incomodou foram algumas atitudes do protagonista com as personagens femininas ao seu redor e isso é facilmente perceptível de uma escrita masculina. Na sequência desse livro, fiz uma leitura de outro livro policial, mas agora escrito por duas mulheres e a diferença na descrição dos personagens, principalmente nas femininas, é gritante. O que deixou claro para mim que preciso dar uma pausa nos livros do gênero escrito por homens. A minha irritação em algum momento irá passar, mas por enquanto prefiro dar um tempo.
Sobre o caso, achei ele um dos mais fortes no qual já fui apresentada. Os horrores que os homens da elite fazem é algo inimaginável e é muito "interessante" ver de onde eles tiram as ideias para tudo: de um filme que vocês já devem ter ouvido falar, um tal de Laranja Mecânica? O princípio de tudo o que eles fazem com as outras pessoas são por causa desse filme.
Desde o primeiro livro eu já tinha achado interessante o autor ter colocado um personagem como o Assad, imigrante e libanês, como o assistente de Carl. Nesse volume, ele está ainda melhor, mesmo assim, me incomodei com o modo no qual ele era tratado, ainda mais se formos considerar que a Dinamarca não é um país que aceita muito bem refugiados. E não tem como eu não relacionar com o outro livro que li na sequência, pois ele também se passa em Copenhague e existem muitos imigrantes e dá para perceber como o assunto é discutido diferente entre os autores.
Por fim, preciso comentar da Nikki. Alguns capítulos são narrados por ela e para mim, é a personagem melhor construída pelo autor, mesmo tendo feito muita coisa errada na sua juventude. A caminhada dela na história é muito boa.
Agora que finalmente consegui ler esse livro de quase 500 páginas, se em algum momento for lançado outro volume da série, não sei se vou querer dar continuidade. Acho que os casos de Carl Mørik já deu para mim.

Até a próxima e boa leitura!

5 comentários

  1. 500 páginas para mim é fino.
    De longe sabia que a Dinamarca não aceita bem refugiados.
    Gostei de saber que a história é uma série.
    Não sou lá fã de séries no geral, mas quando se trata de livros policiais ate fico curiosa

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  2. Olá, tudo bem? Não conhecia essa série ainda, mas o enredo me deixou bem curiosa. Não sei o livro anterior, mas esse é um calhamaço, né? Haha. Adorei a resenha!

    Beijos,
    Duas Livreiras

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  3. Oi Carol!
    Vendo essa capa me lembrou do livro A Incendiária do King e Uma mulher no escuro de Raphael Montes, eles também um ursinho na capa kkk. Não conhecia esse livro, mas fico muito curiosa quando se trata de gênero investigativo, o enredo parece bem construído. Obrigado pela dica, vou anotá-la, parabéns pela resenha e também pela sua sinceridade, bjs!

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  4. Olá Carol!!!
    Eu não conhecia o autor e muito menos nenhuma da duas histórias que você citou, nem essa e nem a outra do autor.
    Sim, eu acho que quando temos contato com uma obra do mesmo gênero escrito por uma mulher notamos uma diferença em relação como autores tratam personagens femininas e como autoras as tratam e isso sim incomoda muito.
    Apesar disso acho que você só precisa se desligar mesmo para conseguir ler mais obras do gênero.

    lereliterario.blogspot.com

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  5. Oi Carolina, tudo bem?
    Eu não conhecia nem o autor e nem as obras citadas. A premissa é bem interessante e a referência à Laranja Mecânica deixa bem claro o quanto são perturbadas essas pessoas porque olha, é tenso! Eu admito, no entanto, que essa questão dos refugiados e do modo de abordar personagens femininas é bem complicado. Quase sempre os autores masculinos escorregam legal na hora de criar personagem mulher.
    Um beijo de fogo e gelo da Lady Trotsky...
    http://www.osvampirosportenhos.com.br

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