Resenha: O Menino da Mala (Livro 1) - Um 'Rolê' Pelo Mundo

Título: O Menino da Mala
Autor(a): Lene Kaaberbøl; Agnete Friis
Editora: Arqueiro
Páginas: 256
Ano: 2013
País: Dinamarca
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: “Você adora salvar as pessoas, não é? Bem, aqui está a sua chance.” Mesmo sem entender o que sua amiga Karin quer dizer com isso, Nina atende seu pedido e vai até a estação ferroviária de Copenhague buscar uma mala no guarda-volumes. Dentro, encontra um menino de 3 anos nu e dopado, mas vivo. Chocada, Nina mal tem tempo de pensar no que fazer, pois um brutamontes furioso aparece atrás do garoto. Será que ela está diante de um caso de tráfico de crianças? Sem saber se deve confiar na polícia, ela foge com o menino e vai à procura de Karin, a única que pode esclarecer aquele absurdo.Quando descobre que a amiga foi brutalmente assassinada, Nina se dá conta de que sua vida está ameaçada e que o garoto também precisa ser salvo. Mas, para isso, é necessário descobrir quem ele é, de onde veio e por que está sendo caçado.

Tudo isso poderia acontecer desde que ela se permitisse acreditar naquilo em que o resto do mundo parecia acreditar tão cegamente: que a Dinamarca era um porto seguro para aquela gente tão sofrida que chegava ao país."

Quando eu separei esse livro no começo do ano para ler, eu não lembrava que ele fazia parte do nosso desafio Um Rolê Pelo Mundo. Depois de já estar finalizando a leitura que me toquei que tinha escolhido o Menino da Mala para representar a Dinamarca.
Dito isso, vamos para a história.
Esse ano foi eu voltei a ler livros policiais depois de algum tempo parada. Isso porquê estava um pouco cansada do gênero, mas minha mãe que lê muito mais rápido do que eu, já vinha recomendando esse a alguns anos e eu ia sempre postergando. Que bom que escutei ela, pois dificilmente outro livro policial irá superar esse.
Nina Borg é uma enfermeira dinamarquesa da Cruz Vermelha e que cuida, em segredo, de imigrantes ilegais. Certo dia, ela recebe uma ligação de uma antiga amiga chamada Karin, dizendo o seguinte: "Você adora salvar as pessoas, não é? Bem, aqui está a sua chance.". Ela aceita o pedido de ajuda e vai até a estação ferroviária de Copenhague buscar uma mala no guarda-volumes. O que ela não esperava encontrar dentro da mala era um menino de três anos, totalmente nu e dopado, mas vivo.
Em choque, a única coisa que ela pode fazer é fugir com o garoto, já que aparentemente um homem gigante está atrás do menino. Sem saber para onde ir e sem saber de qual país o menino veio, a única solução que ela encontra é procurar respostas com Karin, que foi quem meteu ela nessa confusão.
No entanto, sua amiga foi brutalmente assassinada e agora ambos estão em perigo. Em meio a sua busca sobre quem é o menino e o porque ele foi raptado, outras três histórias estão acontecendo paralelamente: Jan, um dinamarquês extremamente rico e chefe de Karin; Jŭcas, um lituano que está precisando de dinheiro; e Sigita, uma lituana e mãe solteira.
Com o básico da história apresentado, já posso entrar na minha opinião.
Eu fiquei enlouquecida com esse livro. Primeiro, que, apesar dele fazer parte do gênero policial, o que não tem nele é polícia ou algum tipo de investigação policial. Os personagens precisam se virar sozinhos para saírem do problema.
Segundo. É muito interessante ver a dualidade da situação que Nina tem que lidar. Ao mesmo tempo que ela quer ajudar os refugiados, mesmo que eles estejam no seu país ilegalmente - lembrando que a Dinamarca é um país extremamente racista e xenofóbico -, ela tem que lidar com a sua família, já que seu marido não concorda que ela se coloque em tantos riscos e consequentemente os seus filhos. Essa situação me lembrou um filme que eu amo: Mil Vezes Boa Noite, que trata de algo parecido.
Por último, mas não menos importante, é algo relacionado ao que acabei de comentar. Achei de uma delicadeza incrível o modo como as autoras trabalharam o cenário dos refugiados e mas do que isso (e o mais importante), elas não tiveram medo de colocar o dedo na ferida: o modo como o país lida com essas pessoas que não podem voltar para os seus países e não são bem aceitas na Dinamarca - nesse caso, especificamente os lituanos. E tudo isso só fica maior se lembrarmos que o livro foi escrito originalmente em 2008!
Além do tato que as autoras tiveram para discutir o assunto, dá para perceber o toque feminino da escrita delas na história. Não há aquela sexualização que é normal nos livros policiais escrito por homens. Os personagens não precisam beber um monte ou estar sempre fumando para conseguir lidar com os seus problemas.
Enfim, essa foi a minha resenha pirada sobre O Menino da Mala, volume 1 da série da enfermeira Nina Borg. Já tenho o segundo volume em casa, Morte Invisível e eu já o li. Em breve resenha dele também.

Até a próxima e boa leitura!

5 comentários

  1. Oi Carol!
    Não conhecia esse livro, a história me parece ser bem interessante e fiquei curiosa para saber mais da criança dentro da mala, da onde ela veio e o que a enfermeira vai fazer com ela, apesar que estão em perigo, um enredo muito rico já estou anotando, com uma trama de prender. Obrigado pela dica, parabéns pela resenha, bjs!

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  2. Oiê. E gosto muito de romances policiais. Aliás esse é meu gênero favorito: o thriller e tudo que o cerca. E gosto muito da literatura policial fora do eixo EUA/Inglaterra. Principalmente os thrillers nórdicos. Eu não fazia ideia do que se tratava o assunto desse livro, se não tivesse lido sua resenha. Que demais descobrir sobre ele, pois também gosto muito quando os próprios personanges precisam se virar nos 30, sem ajuda de detetives, inspetores ou coisa que o valha. hehehehe
    Parabéns!! Adorei a dica.
    Beijão

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  3. Ah, eu amei este livro! Muito! Quando o li me surpreendi positivamente com tudo o que encontrei. Consegui adivinhar as ligações dentro da história antes da metade do livro, mas isso não estragou a leitura. A Nina é impressionante e ela mostra mais da sua garra no segundo livro. Apesar disso, eu não gostei tanto assim de Morte Invisível. Sigo preferido O Menino da Mala.

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  4. Oi, tudo bem?
    Não conhecia esse livro ainda, mas fiquei muito curiosa para ler. Amei a premissa, não só pelo mistério, mas principalmente por abordar a questão dos refugiados. Gostei de saber que o tema foi abordado com sensibilidade pela autora, pois é um assunto muito importante e que precisa ser discutido.
    Amei sua resenha e vou adicionar esse livro na lista de desejados. Já quero ler sua resenha do segundo livro também.
    Beijos!

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  5. Oi Carolina, tudo bem?
    Nossa, depois de ler essa resenha, fiquei imaginando o que cortado que essa enfermeira deve ter passado para conseguir salvar essa criança e ainda dar conta de descobrir quem matou a Karen e lidar com todos os problemas dela por conta de trabalhar com refugiados. É nessas horas que a gente se pergunta o que deu errado com a humanidade.
    Um beijo de fogo e gelo da Lady Trotsky...
    http://www.osvampirosportenhos.com.br

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