Resenha: Para Sempre Alice

Título: Para Sempre Alice
Autor(a): Lisa Genova
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 288
Ano: 2015
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: Alice Howland é uma mulher feliz, bem casada e com três filhos crescidos, que está no auge de sua carreira como professora universitária. De repente, ela percebe que está começando a se esquecer das coisas. Conforme a confusão nubla cada vez mais sua mente e a memória dela continua a traí-la, ela recebe um diagnóstico que mudará sua vida para sempre: mal de Alzheimer precoce. Corajosa e independente, Alice luta para manter seu estilo de vida e viver o presente ao máximo, mesmo com seu senso de identidade escapando por entre os dedos.

Alice vasculhou os olhos inteligentes do médico à procura de algo mais. Esperou. Ficou estranhamente consciente das próprias mãos agarrando os frios braços de metal da cadeira em que estava sentada. Suas mãos. Ela não se transformara num conjunto etéreo de moléculas pairando no canto do consultório. Ela, Alice Howland, estava sentada numa cadeira fria e dura, ao lado de uma cadeira vazia, no consultório de um neurologista da Unidade de Distúrbios da Memória, no oitavo andar do Hospital Geral de Massachusetts. E acabara de ser diagnosticada com a doença de Alzheimer. Vasculhou os olhos do médico em busca de algo mais, porém só conseguiu encontrar verdade e pesar.
Dezenove de janeiro. Nada de bom jamais acontecera nesse dia."

Quando separei esse livro para ler esse ano, eu já tinha assistido o filme com a maravilhosa Julianne Moore. No entanto, lembrava de poucos detalhes. Basicamente, eu só recordava do plot da história: que a personagem principal, em algum momento, vai ser diagnosticada com mal de Alzheimer precoce.
Dito isso, vamos para o que eu achei da leitura.
Alice Howland, é casada, mãe de três filhos (Anna, a mais velha e grávida de gêmeos; Tom, o filho do meio; e Lydia, a filha mais nova e que é atriz) e é uma das principais professoras e pesquisadora da Universidade de Harvard.
Perto de fazer 50 anos, Alice começa a esquecer pequenas coisas. Um compromisso da faculdade, uma palestra que ia dar fora da cidade, uma receita. Mas os esquecimentos vão aumentando, até um dia que ela se perde voltando para casa. Para Alice, provavelmente isso é resultado de estresse ou até menopausa.
Para ter certeza, ela passa por diversos médicos e as piores notícias vem da boca de um neurologista: ela é diagnosticada com um caso precoce de mal de Alzheimer, uma doença degenerativa incurável. A partir disso, Alice terá que se reinventar todo dia e aprender a lidar com as dificuldades.

O bem-estar de um neurônio depende de sua capacidade de se comunicar com outros. Os estudos têm demonstrado que a estimulação eletroquímica proveniente da ativação de um neurônio e de seus alvos sustenta processos celulares vitais. Os neurônios incapazes de se ligarem efetivamente a outros neurônios atrofiam-se. Sem utilidade, o neurônio abandonado morre."

A leitura não é das mais fluídas, mas acho que nem poderia. O único jeito de entendermos e percebermos como o Alzheimer vai começando devagar, até chegar em um momento que a pessoa já não tem controle nem mais do equilíbrio do seu próprio corpo, é devagar.
É forte - e triste também - ler a perda de controle da própria vida que Alice já não consegue mais controlar. E para piorar, ela tem um marido que no mínimo é intragável. Eu entendo que para ele também é difícil, pois ela está perdendo a sua esposa sem poder fazer nada, mas ele é muito duro com Alice. Em vários momentos, já no avançar da doença, ele fica muito bravo com Alice porque ela esqueceu da onde colocou o celular ou coisas parecidas. Isso só faz ela sentir pior do que ela já estava. Fiquei com muita raiva dela e isso me incomodou demais.
Sobre os filhos, cada um lida de uma forma diferente. Tom, o filho do meio, é o que aparece menos na história. Anna, é a filha mais velha e que está grávida de gêmeos; para ela, no começo é bem difícil de lidar com a doença da mãe, já que ela descobre que também tem as células (?) do Alzheimer e fica preocupada pelos seus filhos - mas no final, ela é uma das pessoas que mais ajudar Alice. E por fim, Lydia, a filha mais nova e na minha visão, a mais importante para a história, já que ela sempre teve problemas com a mãe, mas foi, dos filhos, quem melhor soube ajuda-la.
Para Sempre Alice é um livro dolorido, duro, triste, mas necessário para entendermos melhor a doença e as pessoas que sofrem desse mal. Por mais que elas precisem sempre de cuidados e de estarem em observação, mas eles ainda são pessoas que precisam ser tratadas como humanos.

Sou esposa, mãe e amiga, e logo serei avó. Ainda sinto, compreendo e sou digna do amor e da alegria dessas relações. Ainda sou uma participante ativa da sociedade. Meu cérebro já não funciona bem, mas uso meus ouvidos para uma escuta incondicional, meus ombros para que outros chorem neles, e meus braços para abraçar outras pessoas com demência. [...] "Por favor, não olhem para o nosso A escarlate e nos descartem. Olhem-nos nos olhos, falem diretamente conosco. Não entrem em pânico nem encarem nossos erros como uma ofensa pessoal, porque nós erraremos. Vamos nos repetir, pôr coisas nos lugares errados e nos perder. Esqueceremos o seu nome e o que vocês disseram há dois minutos. E também tentaremos ao máximo compensar e superar nossas perdas cognitivas."

Até a próxima e boa leitura! 

7 comentários

  1. Só em ler a sua resenha eu já fiquei muito triste. Essa é uma doença que me provoca muito medo. Fico pensando na dor enorme que a pessoa sente ao ir perdendo a memória, esquecendo a própria história, tudo o que contribuiu para torná-la o que era isso. Dói imaginar tamanha dor. Eu li Diário de uma Paixão, do Nicholas Sparks, vários anos atrás e lembro do quanto chorei pelos personagens. A protagonista tinha essa mesma doença e era muito triste ver tudo se perdendo.

    Quero ler esse livro, mas primeiro preciso ler um outro livro da autora que tenho aqui há alguns anos.

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  2. Olá, tudo bem? Interessante o quanto a leitura pode nos fazer entrar nos problemas debatidos. Apesar de conhecer o filme e o livro por nomes, não cheguei a conhecê-los mais profundamente. Sua resenha me deixou instigada, mas não sei se seria uma leitura ideal para o momento. Quero tentar um dia justamente para conhecer a temática mais profundamente. Ótima resenha!
    Beijos

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  3. Oi Carol!
    Ainda não li o livro, nem assisti o filme, para ser sincera é a primeira resenha que leio dela e até agora não sabia do que tratava. Deve ser um livro fantástico que nos passa algumas lições, fiquei intrigada sobre a vida de Alice e a forma como a família em geral vai ajudá-la a passar por essa situação que para o desespero não tem cura. Parabéns pela resenha estou curiosa sobre o final e obrigado pela dica, bjs!

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  4. Oi Carolina, tudo bem?

    Estou penando há anos para ler esse livro, comecei a assistir o filme mas desisti por querer ler o livro primeiro. Minha avó tem Alzheimer e sei como é difícil e doloroso todo esse processo da descoberta e da mudança de rotina, e talvez por vivenciar essas coisas, gosto de ler sobre isso. Recomendo que você leia "Quem, eu?" do Fernando Aguzzoli, o autor fez o obra falando sobre sua experiência de quando teve o diagnóstico da doença até os últimos dias da vida dela, é um livro LINDO e muito humorado!

    Amei a resenha, beijos!
    www.marcasliterarias.blogspot.com

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  5. Não li, nem assisti o filme, mas tenho muita curiosidade pois já li muitas críticas excelentes dessa história, além de ser muito emocionante. Espero estar lendo em breve para depois assistir ao filme.

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  6. Eu gostei demais deste livro e olha que comecei a ler sem grandes expectativas!!! É um livro intenso, bem escrito e com um tema muito atual!!!

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