Resenha: Se Você Me Visse Agora

Título: Se Você Me Visse Agora
Autor(a): Cecelia Ahern
Editora: Rocco
Páginas: 304
Ano: 2011
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: Mais complicado do que uma família problemática e uma vida previsível é a incapacidade para lidar com as próprias emoções, mas Elizabeth Egan parece não se dar conta disso. Até que a chegada de um homem vai ajudá-la a enxergar o mundo e a si mesma de outra maneira.





E quanto mais desejava, mais Elizabeth chorava, pois percebia que estava rodeada por um pai que mal conseguia olhá-la nos olhos por medo de recordar a mulher, uma irmã que havia esquecido o próprio filho e um sobrinho que a olhava todos os dias com grandes olhos azuis esperançosos, pedindo apenas para ser amado e acariciado. Emoções que tinha a sensação de não ter recebido o bastante para compartilhar."

Que a Cecelia Ahern é a minha autora favorita todo mundo já sabe - inclusive, deve estar ficando até cansativo de tanto que eu falo isso -, mas isso é um fato. E a cada ano que leio novos livros dela, só vou ficando com mais certeza disso. Como todo ano eu preciso ler algo dela (e para a minha alegria, ela adora escrever), dessa vez decidi por escolher um mais antigo, de quando ela ainda era publicada Rocco.
Eu não sabia nada sobre esse livro e foi a melhor coisa que me aconteceu. Fui pega de surpresa e por achar que isso ajuda muito na leitura, a sinopse que eu coloquei é bem rápida, para não entregar o plot do livro.
O começo do livro é um pouco confuso e demorei para entender o que estava acontecendo. O primeiro capítulo é narrado por um homem, que com o passar das páginas, vamos entender que se chama Ivan. Ele está passeando por um bairro da cidade Ballynacregga, que fica no condado de Galway, na Irlanda, quando encontra um menino (Luke) de seis anos brincando no quintal e se aproxima dele. Os dois começam a brincar e se tornam amigos, até que o Luke precisa voltar para casa e então que ele conhece a tia do Luke, Elizabeth Egan, que está furiosa com a irmã, que está fugindo mais uma vez.
Após esse primeiro capítulo, a narrativa passa para ela. Elizabeth tem 34 anos e trabalha com designer de interiores. Depois que sua mãe fugiu de casa ainda quando era pequena, ela se viu responsável pela irmã mais nova, Saoirse, no atual momento do livro, com 22 anos e mãe de Luke. No entanto, sua irmã é alcoólatra e nem ai com o seu filho.
Por causa disso, ela desistiu de acreditar em qualquer coisa que não seja palpável e só consegue viver bem se tiver o controle de tudo, desde o piso brilhante à toalhas milimetricamente alinhadas. Ao mesmo tempo em que ela se vê como a principal responsável por Luke, ela não consegue transmitir afeto por ele. Tudo muda com a chegada de Ivan, que a ensina a se divertir e mostra a importância de pequenos detalhes.
Bom, vamos lá. Eu fui pega de surpresa com essa história. O Ivan tem uma característica que eu nunca imaginava encontrar num livro da Cecelia Ahern e até eu absorver que ela estava trabalhando com isso mesmo, eu demorei um pouco. E então caio no que sempre falo quando comento os livros dela: além de escrever muito bem, ela sempre consegue me surpreender com enredos que fogem do clichê. Por isso que não coloquei a sinopse que aparece nas orelhas do livro e em todos os sites, e mais, recomendo que vocês não leiam nada além disso se tiverem interesse na história, para serem também pegos de surpresa.
Na hora de dar a nota, fiquei pensando quanto que eu daria, 4 ou 5. Decidi pela primeira nota por dois motivos, um mais relacionado a história, outro com a tradução, que infelizmente pode atrapalhar qualquer leitura.
Sobre o primeiro ponto, achei que faltou concluir um mais a história da Saoirse, irmã de Elizabeth. Durante o livro todo entendemos que ela não quer ter nenhuma preocupação com a vida e muito menos com o filho, mas achei que faltou uma conclusão mais bem trabalhada para ela.
Já o segundo ponto é sobre a tradução de um nome próprio. Na minha opinião, cidades não deveriam ter seus nomes traduzidos e é o que acontece aqui. Elizabeth mora em uma cidade chamada Ballynacregga - um nome feio, mas é o nome da cidade - e, no livro, acharam uma boa ideia traduzir e fico pior ainda, Baile na gCroíthe. Olhem isso! Ficou horrível e não fica óbvio que é o nome da cidade. Péssima decisão.
Para finalizar, finalmente a Cecelia Ahern vai para uma editora decente e realmente espero que a Harper Collins publique todos os livros dela com edições melhores do que encontramos até hoje. A Rocco nunca se importou com ela e a Novo Conceito deu uma melhorada, mas continuou jogando ela para escanteio. Olhem essa capa. Péssima e não atrai nenhum leitor (além de não fazer nenhum sentido com a história)!

Até a próxima e boa leitura!

4 comentários

  1. Tenho uma relação de amor e ódio com a autora. Amei P.S. Eu Te Amo e odiei O Livro do Amanhã. Aí Amei A LIsta e agora tenho medo de ler outro livro dela e odiar.... rs Mas a sua resenha desse aqui me deu uma animada em seguir lendo seus livros. Valeu pela dica.

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  2. Oi Carol!
    Não conhecia esse livro, pela sua resenha parece ser muito interessante a história e de você conhecer a escrita da autora é muito gratificante saber que cada vez surpreende mais com os enredos. infelizmente tem algumas editoras que não dão o devido respeito ou empenho que algumas obras merecem isso é um fato. Obrigado pela dica, parabéns pela resenha, bjs!

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  3. Oi, tudo bem? Consigo compreender perfeitamente a questão de indicar sempre nosso autor favorito. Quem não tem um queridinho que atire a primeira pedra haha Esse ano conheci Tana French e foi amor ao primeiro livro. Amo um bom suspense e ela escreve como ninguém. Gostei mais ainda quando dois de seus livros foram adaptados e viraram série. Quanto aos livros da Cecelia ainda não tive oportunidade de ler mas fico feliz que os direitos de publicação estão com a Harper agora, já li alguns livros da editora e gostei bastante. Um abraço, Érika =^.^=

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  4. Oi, tudo bem?
    Eu nunca li nada da autora, mas tem alguns livros dela que tenho muita curiosidade. Esse eu ainda não conhecia, mas amei a premissa. Que pena que faltou uma conclusão melhor para uma das personagens e, principalmente, que a tradução tenha deixado tanto a desejar. A capa sem graça do livro até dá para passar, mas uma tradução ruim realmente atrapalha demais um livro. Tomara que a Harper Collins publique mais livros dela e em edições mais caprichadas. Amei sua resenha e vou anotar a dica para procurar esse livro depois, mas vou olhar se tem o ebook em inglês na Amazon para não passar raiva com a tradução haha.
    Beijos!

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