Resenha: Amor Amargo

Título: Amor Amargo
Autor(a): Jennifer Brown
Editora: Gutenberg
Páginas: 256
Ano: 2015
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: Último ano do colégio: a formatura da estudiosa Alex se aproxima, assim como a promessa feita com seus dois melhores amigos, Bethany e Zach, de viajarem até o Colorado, local para onde sua mãe estava indo quando morreu em um acidente. O Dia da Viagem se torna cada vez mais próximo, e tudo corre conforme o planejado.
Até Cole aparecer.
Encantador, divertido, sensível, um astro dos esportes. Alex parece não acreditar que o garoto está ali, querendo se aproximar dela. Quando os dois iniciam um relacionamento, tudo parece caminhar às mil maravilhas, até que ela começa a conhecê-lo de verdade…

"É que... gosto de você de verdade, Alex. Mas não admito dividi-la com mais ninguém." Algo na sua voz me dizia que não estava exagerando nem um pouquinho.
[...] "Não", falou. "Pelo jeito, não. Mas o que você não entende é que, toda vez que o vejo, tenho vontade de explodir, porque ele está sempre com as mãos em você."


Essas duas frases permeiam o livro todo, e exemplificam bem relacionamento tóxicos e abusivos que milhares de mulheres sofrem todo dia.
Alex está em seu último ano do colégio e o dia mais esperado por ela está chegando: a viagem que ela prometeu fazer junto com os seus dois melhores amigos, Bethany e Zach, para o Colorado, local onde sua mãe estava indo quando sofreu um acidente e faleceu.
Até que surge um novo garoto na escola. Cole é divertido, encantador, bonito e o astro dos esportes. Alex duvida que eles possam ter algo, mas quando ele começa a se aproximar, tudo parece um conto de fadas. Até ele iniciarem um relacionamento e o sonho vira um pesadelo.
Cole é possessivo, extremamente ciumento e com o passar do tempo, vai se mostrando violento também. Alex, aos poucos, vai entendendo o porquê dele ter mudado tantas vezes de escola, mas ela não consegue dar um fim no namoro, pois sempre que ele bate nela, ele vem com mil desculpas e dizendo que vai melhorar, e ela acredita. Ela sempre acha uma justificativa falsa para explicar os atos dele e mesmo com os avisos dos amigos e da chefe, ela não consegue se separar.
Chega um certo momento em que ela já não conversa mais com Bethany e Zach, ela se afasta das irmãs e do pai, e começa a faltar na escola e no trabalho por causa dos ferimentos.
Durante toda a leitura, eu só sentia raiva, porque é o tempo todo o Cole se safando e a Alex não tomando uma atitude. Houve um momento em que eu inclusive estava pensando em trocar o livro, mas no final, eu entendi o que a Jennifer Brown estava querendo mostrar com essa história.
Todos os dias, centenas de mulheres no mundo todo sofrem violência doméstica ou vivem em um relacionamento abusivo. E na grande maioria das vezes, essas mulheres não conseguem escapar disso, pois vivem com medo. Isso é colocado no livro. Logo após as violências e as desculpas, Cole acabava com a Alex, falando as piores coisas para ela.
Os amigos não sabiam o que fazer, já que eles viviam avisando a Alex sobre o Cole; o pai era bem afastado das filhas e ninguém conseguia ajudar.
Tudo isso que senti com esse livro me trouxe um alerta. Quantas vezes não sentimos mais raiva da vítima do que do agressor? Quantas vezes falamos que em briga de casal, "não se mete a colher"? Quantas vezes não diminuímos só para um ataque de ciúmes? Temos que parar de sempre culpar a vítima e achar que não devemos nos meter, pois pode chegar um momento que será tarde demais.
Só no Brasil, acontece 546 casos por hora. 1,6 milhões de mulheres foram espancadas. 76,4% das vítimas conheciam o agressor e a maior parte acontece dentro de casa. Durante a quarentena, houve um amento de 50% nos casos de violência doméstica. A violência não necessariamente precisa ser física ou sexual, pode ser também psicológica, então é importante ficar atento aos detalhes e na primeira chance que tiver, ligue para a central de atendimento sobre violência doméstica do governo federal (180). Podendo, avise alguém em que você confie, seja um amigo, um familiar ou outra pessoa. (Dados de 2019)
Portanto, depois de tudo isso que eu comentei e apontei, fica óbvio a importância desse livro, mas a gente sentindo a raiva o tempo todo. Gosto muito da escrita da autora, já tinha achado a Lista do Ódio (antiga Lista Negra) excelente e novamente gostei muito desse.
Leiam se puderem e sempre tentem ajudar mulheres que vocês conhecem e passam por isso. Só um último aviso: há bastante gatilhos na história, então só comprem se vocês estiverem bem!

Matérias que usei para a retirada de dados:

3 comentários

  1. Nossa, eu juro que pela capa eu jamais pensaria que seria um livro com tanto peso, de verdade. Agora tô muito curiosa com essa história.
    Esses dados são extremamente preocupantes né, e isso que você falou de sentir mais raiva da vitima do que agressor, eu tento todo dia acreditar em quem acusa, mesmo que eu dê com a cara na porta depois, eu prefiro acreditar na vitima. Fique tocada pela história, já quero ler!

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  2. Olá, tudo bem? Eu acho que esse tipo de assunto e escrita é justamente feita para nos indignarmos com o que está acontecendo, então passar raiva é algo que já espero. Também acho importante falarmos, lermos, ouvirmos sobre o assunto pois como trouxe, as estatísticas no Brasil são alta. Sempre tive curiosidade com a escrita da autora, e essa vai ser uma ótima oportunidade de conhecer. Excelente resenha!
    Beijos

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  3. Oi, tudo bem?
    Eu não li esse livro ainda, mas tenho muita curiosidade. Acredito que seja uma leitura muito difícil, eu sofro bastante quando leio livros que abordam assuntos assim. Nunca vivi um relacionamento abusivo, felizmente, mas conheço muitas mulheres que passaram e fico muito mal de imaginar quantas ainda passam por isso. Porém, é muito importante ler livros assim que façam a gente refletir e se indignar com esses abusos. Amei sua resenha e fiquei com mais vontade ainda de ler esse livro.
    Beijos!

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