Resenha: O Dia do Curinga - Um Rôle Pelo Mundo

Título: O Dia do Curinga
Autor(a): Jostein Gaarder
Tradutor(a): João Azenha Jr.
Editora: Companhia de Bolso
Páginas: 341
Ano: 2007
País: Noruega
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: O ponto de partida deste livro de Jostein Gaarder é a história de um garoto chamado Hans-Thomas e seu pai, que cruzam a Europa, da Noruega à Grécia, à procura da mulher que os deixou oito anos antes. No meio da viagem, um livro misterioso desencadeia uma narrativa paralela, em que mitos gregos, maldições de família, náufragos e cartas de baralho que ganham vida transformam a viagem de Hans-Thomas numa autêntica iniciação à busca do conhecimento - ou à filosofia.


Há seis anos, em frente às ruínas do antigo templo de Posêidon, no cabo Súnio, eu olhava para o mar Egeu. Há cento e cinquenta anos o padeiro Hans chegava à misteriosa ilha no Atlântico. E há exatos duzentos anos o navio de Frode naufragava na viagem entre o México e a Espanha.
Tenho de voltar tantos anos no tempo para entender por que mamãe nos deixou e fugiu para Atenas..."


Quando falamos de literatura e filosofia, é bem provável vir à mente o nome do norueguês Jostein Gaarder, principalmente por causa do seu livro mais conhecido, O Mundo de Sofia. Eu, como estudante de filosofia, fiquei curiosa em saber como o autor trabalha o pensamento de um modo que todos os leitores consigam entender.
A história é narrada pelo garoto Hans-Thomas, que junto a seu pai, cruzam a Europa para chegar na Grécia, à procura da mulher que os abandonou oito anos atrás. Durante a viagem, o menino é "presenteado" com um livro misterioso, no qual conta sobre um mundo paralelo em que maldições de família e cartas de baralho ganham vida.


- Não, Hans-Thomas, Deus está morto. E fomos nós que o matamos."


Sendo um livro infanto-juvenil de fantasia, o livro cumpre o seu papel. Com um personagem inteligente e um pai um pouco louco, o enredo é uma busca pelo conhecimento e pela verdade. A verdade da história, do passado, da filosofia e porquê não, do mundo.
Repleto de reviravoltas, de ensinamentos e frases marcantes, O Dia do Curinga é uma viagem de carro pela Europa e pelas profundezas do que é ser uma família. São aqueles laços de sangue, entre o pai solteiro e seu filho, ou sobre o soldado alemão que não pode se casar com a moça norueguesa, ou então sobre um órfão e um padeiro.
São os pequenos detalhes que fazem essa história tão única. É o filho, que para escapar da sua realidade, mergulha no livro que recebeu de um estranho, na qual cartas de baralho são pessoas reais. É um pai, que, para aceitar que foi largado pela esposa por um emprego de modelo, coleciona todos os tipos de curingas enquanto se perde nos seus pensamentos filosóficos.


A diferença entre Sócrates e todos os outros era que os outros estavam de todo satisfeitos com o pouco que sabiam, embora não soubessem mais do que ele. E as pessoas que se sentem satisfeitas com o que sabem nunca poderão ser filósofos."


Sobre a filosofia, eu achei bem interessante como o autor introduz os assuntos. Para quem não conhece as referências ou os autores, a história consegue explicar bem.
O que eu achei mais engraçado é que tinha acabado o meu semestre na faculdade e uma das matérias que tinha pego era sobre a felicidade no mundo greco-romano, e um dos livros lido por nós foi Édipo Rei. E não é que durante as viagens, o pai traz exatamente essa tragédia grega para explicar algumas questões para Hans-Thomas? Achei muito divertido, pois ainda estava fresco na minha mente.
Outra parte bem interessante é quando eles chegam na Grécia. Quer país mais importante para filosofia como a Grécia? Eles passam pelos templos e museus, e eu quase enlouqueci.

 

- Exatamente. Só que o ano tem trezentos e sessenta e cinco dias. E esse dia sobressalente, nós o chamamos de "dia do Curinga". Ele não pertence a mês nenhum e também a nenhuma semana. É um dia suplementar, extra, por assim dizer, em que tudo é possível. E a cada quatro anos dois dias do Curinga."

 

Enfim. O Dia do Curinga foi uma leitura interessante, que me trouxe algumas boas surpresas e muitas frases marcantes. Trouxe quatro, mas podia trazer bem mais. É um livro repleto de quotes para destacarmos.
Em alguns momentos, a história ficava um pouco lenta e isso atrapalhava na imersão. Mas com certeza valeu a pena e quem sabe no futuro eu não leia outro livro do Jostein Gaarder?

Até a próxima e boa leitura!

4 comentários

  1. Oi Carolina, sua linda, tudo bem?
    Eu não conhecia esse livro. Fiquei fascinada por ele aplicar a filosofia em um livro infanto-juvenil. É por isso que gosto tanto de obras voltadas para esse público, geralmente sou surpreendida com emoções e lições para guardar para a vida. Dica mais do que anotada, sua resenha ficou ótima!!!
    beijinhos.
    cila.

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  2. Olá, tudo bem por aí?

    Eu acho que não conhecia a obra, mas adorei suas percepções acerca dela. Um fato bem interessante é mesclar filosofia com a estória, assim como as referências que você elencou. Irei pesquisar mais sobre a obra, obrigado pela indicação.

    Abraços!
    Jurista Geek

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  3. Olá, tudo bem? Não sabia que era um infanto-juvenil de fantasia. Com isso fiquei mais curiosa (antes só conhecia por título mesmo). Gosto bastante de obras que podemos tirar grandes lições e tem todo uma filosofia por trás. Adorei, e com certeza dica anotada, até porque gosto de O Mundo de Sofia dele. <3
    Beijos

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  4. Oi Carol!
    Não conhecia esse livro, não sou muito fã de filosofia, mas fiquei curiosa sobre o enredo que me veio a cabeça, uma viagem sempre é um aprendizado. Obrigado pela dica, estou curiosa por saber se o garoto Hans concluiu seu propósito e como terminou sua história, parabéns pela resenha, bjs!

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