Resenha: O Poder

Título: O Poder
Autor(a): Naomi Alderman
Tradutor(a): Rogério Galindo
Editora: Planeta do Brasil
Páginas: 368
Ano: 2018
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: O que você faria se tivesse o poder em suas mãos?
Em um futuro próximo, as mulheres desenvolvem um estranho poder: elas se tornam capazes de eletrocutar outras pessoas, infligindo dores terríveis... até a morte. De repente, os homens se dão conta de que não estão mais no controle do mundo.


O estopim da revolta foi a morte de duas garotas, de mais ou menos doze anos. Um tio pegou as duas treinando sua bruxaria juntas; religioso, ele convocou seus amigos, e as meninas lutaram para não ser punidas e de algum modo acabaram espancadas até a morte. E as vizinhas viram e ouviram. E - quem pode dizer por que essas coisas aconteceram na quinta-feira, quando tudo podia ter passado despercebido na terça-feira? - elas revidaram. Uma dúzia de mulheres se transformou em cem. Cem viraram mil. A polícia recuou. As mulheres gritaram; algumas fizeram cartazes. Elas entenderam a força que tinham, todas ao mesmo tempo." 

 

Desde que O Poder, da Naomi Alderman foi lançado aqui no Brasil que estou de olho nele. Já fazia um tempo que tinha comprado, mas ainda não tinha arranjado tempo, até que mês passado eu consegui e posso dizer que foi uma leitura bem interessante!
Logo quando abrimos o livro, descobrimos que a história é sobre um livro dentro de um livro. No caso, Naomi, uma famosa escritora, recebe um manuscrito do seu amigo escritor, Neil. Intitulado, O Poder, o enredo tem como objetivo relatar a descoberta de um órgão que aparece majoritariamente nas mulheres: a "trama". Surgindo nas meninas ainda quando são novas, o poder conduz um tipo de energia elétrica. A partir desse momento, a sociedade começa a passar por uma importante mudança: agora quem assume a lideranças dos principais cargos políticos são as mulheres.
Ou seja, pensem em um mundo comandado pelas mulheres, onde elas são presidentes de seus países, governantes, chefes de suas empresas, líderes das igrejas e dos crimes. Agora, Deus é a Deusa. O exército é composto só por mulheres e os homens começam a vivenciar situações onde até pouco tempo eram eles que criavam. É neste contexto que conhecemos os quatro personagens que vão narrar a história: Roxy, Tunde, Margot e Allie.
Roxy é filha de um grande mafioso da Grã-Bretanha. Após ver a sua mãe ser morta, a garota que sempre sonhou em participar da organização criminosa, se vê como a mulher mais poderosa do mundo.
Tunde é um jornalista nigeriano que começa a escrever e acompanhar a mudança que está acontecendo pelo mundo. Viajando para diversos países, o rapaz vê esperança e tragédias nos atos de ambos os grupos.
Margot é prefeita de uma cidade dos EUA e mãe de uma jovem - Jos - que não está sabendo lidar com os seus poderes. A partir disso, ela cria um projeto para ensinar as meninas a controlarem a trama, mas nem todos ficam felizes com essa decisão.
Por fim, temos Allie, provavelmente a personagem mais importante do livro. Após passar por diversas famílias adotivas, ela decide fugir da última. É aí que encontra um convento e começa a morar com as freiras e outras garotas órfãs, até se tornar líder delas e se transformar na Mãe Eva. Criando um abrigo para todas as mulheres que já sofreram algum tipo de abuso, ela vira o principal perigo para os homens e os Estados.
A leitura é bem diferente e única, mas também muitas vezes lenta. Várias das mudanças são bem interessante de acompanhar, como a questão da religião - o que me trouxe diversos pensamentos provocantes - e o surgimento do poder. É bastante curioso e significativo que ele tenha começado, junto com as revoltas, na Arábia Saudita, um país extremamente conservador e patriarcal, além de machista (tanto é que comecei a resenha com uma frase que fala exatamente sobre isso).
Durante o desenrolar da história, fiquei com um pouco de medo da autora não saber trabalhar o assunto ou passar a mensagem errada, do tipo que não tem problema as mulheres serem autoritárias que nem os homens eram. Algumas até são, mas acredito que a autora indica como isso é preocupante. Não adianta reclamarmos de tudo o que passamos e depois fazermos isso com os outros. No final, nem achei que ela cometeu esses erros, a leitura só não foi melhor mesmo por causa do ritmo lento e do final, que achei bem fraco.
A edição da Planeta (pelo selo Minotauro), está lindíssima, com capa dura e diversas ilustrações que complementam muito bem o enredo. A tradução também está muito boa!
Um livro interessante e que recomendo, principalmente pelos questionamentos que a autora traz.

Se gostaram, não se esqueçam de comprar pelo nosso link (que fica sempre no começo da resenha!).

Até a próxima e boa leitura!

5 comentários

  1. Atualmente não curto ler livros distópicos, acho que há algum tempo li tantos livros do gênero quando estavam em alta que estou meio cheia do gênero, sabe. Quem sabe eu não mude de ideia no futuro e dê uma chance a autora que trouxe uma premissa bem diferente, ao menos pra mim quanto ao que estou acostumada a ver nos livros do mesmo gênero, pena que no momento não é o meu tipo de leitura.
    parabéns pela resenha,
    Abraços.

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  2. Nossa, que história de tirar o fôlego é essa? Fiquei extremamente interessado, já o desejo ler logo. Curto demais distopias e a premissa dessa obra me conquistou. Já está na minha lista de desejados.

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  3. Olá, tudo bem? Realmente achei interessante a autora abordar essa temática, e assim como você, teria medo de como ela tangeria o assunto. Apesar de ter tido ressalvas na leitura, ainda quero conferir a obra para ter minha própria opinião sobre. Acho que tem tudo para que eu goste. Realmente a edição é LINDÍSSIMA e faz jus ao preço hehe
    Beijos

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  4. Oi, tudo bem?
    Eu sou louca para ler esse livro, amo a premissa dele. Gostei de saber o que você achou da leitura e, apesar de ter sido um pouco lenta e o final ter te decepcionado, fiquei curiosa para saber como a autora aborda o assunto. Adorei a resenha e espero conseguir ler esse livro ainda esse ano.
    Beijos!

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  5. Oiee. :)
    Curto leituras de livros distopicos, mas acho que na época que estava em alta, li muito kkkkk.
    Já faz bastante que nçao pego um livro desse gênero, mas achei a premissa desses muito interessante.

    Beijos.
    Manuscrito de Cabeceira

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