Autor: Céline Fraipont; Pierre Bailly
Editora: Nemo
Páginas: 192
Ano: 2015
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: O Muro é uma história poética, forte e pungente, desfiada por um desenho frio como o toque de um bisturi, que arrasta o leitor pelos caminhos obscuros de uma adolescência problemática ao som do punk rock. Estamos em 1988. Numa monótona cidadezinha do interior belga, Rosie, uma menina de 13 anos, se vê entregue à própria sorte: sua mãe fugiu com outro homem numa aventura amorosa, e seu pai vive mergulhado no trabalho. Roída por uma rotina morna e vazia, Rosie fica completamente desorientada. Assiste, impotente, à transformação de sua personalidade, ora apavorada, ora determinada, diante da melancolia que a invade e traça os contornos de sua nova vida.
Já fazem alguns anos que venho procurando uma HQ que eu realmente goste, mas estava tendo muitas dificuldades. Até eu ler O Muro! Ainda não foi perfeito, mas por enquanto, foi o quadrinho que mais chegou perto.
Nessa HQ belga - que tenho a impressão de não ser muito famosa... -, acompanhamos a rotina de Rosie, uma garota de 13 anos que se vê perdida no mundo e sozinha. Sua mãe fugiu com outro homem, seu pai só dá atenção ao trabalho e ela está passando por uma transformação da sua personalidade, que a deixa impotente. Mergulhada no punk rock europeu, a história mostra uma garota totalmente perdida e sem nenhum apoio - seja familiar, seja amigável.
O quadrinho já começa com Rosie fumando com a amiga em sua casa e a partir disso, vemos ela entrando cada vez mais em um abismo que talvez ela não consiga sair. Com o passar da história, vemos Rosie entrando em uma depressão, que é muito bem representada pelo Muro. Podemos dizer que ele é quase um personagem da HQ. A primeira vez que ela para nele, ela está com a sua amiga se divertindo e feliz. Porém, essa amizade é terminada e vez seguinte, ela já está sentada sozinha, bebendo e fumando. Até que ela encontra Joiakim, um garoto um pouco mais velho que ela, que vai se tornar a única pessoa que ela vai ter contanto e até vai virar o porto seguro dela. No final, acontece algo que em vez de sentar em cima do muro, como sempre fazia, ela senta no chão em frente à ele. Essa movimentação de cima para baixo representa muita coisa na história e achei muito interessante o modo como os autores representaram a depressão.
O momento sócio-político, tanto do país quanto do mundo é bem inserido na história. Mas o principal são as músicas. Em vários momentos eles estão ouvindo alguma música e nos é apresentado quais são as bandas. Tudo no estilo punk rock (que não gostamos nada...), temos desde banda francesa, passando por The Cure e chegando em cantores alemães do gênero rock e seus derivados.
Os traços são bem bonitos e tudo em preto e branco. Há páginas que são todas pretas e que novamente tem um motivo para elas serem daquele jeito e estarem naquele momento.
Uma HQ que não sabia o que esperar, mas que curti muito. A Nemo, que é um selo do grupo Autêntica, tem várias HQs muito interessante e muitas já estão na minha lista. Deem uma olhada nos site deles, pois vale muito!
Até a próxima e boa leitura!
Ooi,
ResponderExcluirEu acho que nunca li uma HQ, não é muito meu estilo, mas gostei de conhecer "O Muro", tenho vários amigos que iam amar essa história e com certeza é um ótimo presente. Gosto muito quando as obras trabalham os simbolismos e quando podemos acompanhar os significados dos detalhes ao longo da história. Por isso que seu comentário foi tão legal! Que bom que gostou da história e espero que logo encontre mais HQ's incríveis!
Ultimamente não tenho lido HQ, na verdade lia muito esse gênero na infância, mas atualmente tenho descobrido várias obras do gênero com assuntos que me despertam interesse, e esse foi uma dessas obra. Gostei da história de vida conturbada da personagem, e a forma como a depressão e representada pelo muro, e quando a mesma encontra seu porto seguro já se senta no chão ao invés de em cima do muro. Enfim, a premissa me chamou a atenção e curiosidade, e quero sim dar uma chance a esta leitura.
ResponderExcluirNão lembro de ter lido alguma resenha sobre esta HQ antes e gostei bastante da proposta do livro, embora também tenha ficado muito triste pela protagonista. Nem quero imaginar como a vida dela devia ser terrível. :( Estar sem a mãe no momento mais complicado da vida de uma pessoa em desenvolvimento (a adolescência) e ainda ter um pai negligente. Como se não bastasse ter que suportar a depressão sozinha, que é uma doença que mata sem dó. :( Espero mesmo que ela consiga se recuperar. Que o final da história seja bom.
ResponderExcluirOi Carol!
ResponderExcluirGostei dessa HQ, pela sua resenha vi que tem um aprendizado, fiquei curiosa sobre a personagem e sua luta, a agora no final fiquei mais animada por perceber que ela saiu de cima do muro pois escolheu um lado. Parabéns pela resenha fiquei empolgada em saber mais da história e quais são os desafios que Rosie irá enfrentar, bs!
Olá!
ResponderExcluirEssa HQ parece ser bem interessante. Aborda temas delicados e situações que são próximas do cotidiano, sem fantasiar tanto. Gosto dessa conexão que o autor consegue trazer nesse tipo de leitura. Acho que também me agradaria conhecer esse trabalho.
Camila de Moraes
Oi Carolina, que bom saber que curtiu essa HQ. Eu li ela na época do lançamento, e lendo seu post me deu vontade de pegar meu exemplar novamente para reler a história. Gostei muito da sua resenha.
ResponderExcluirAcho que a questão politica me atrairia mais que as músicas porque realmente esse não é um gênero musical que me agrade. Achei o traço lindo e já quero ler e ter na estante.
ResponderExcluirbeijos