Resenha: O Conto da Aia - #MulheresEmFoco

Título: O Conto da Aia
Autor: Margaret Atwood
Editora: Rocco
Páginas: 368
Ano: 2017
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: Nesse Estado teocrático e totalitário, as mulheres são as vítimas preferenciais, anuladas por uma opressão sem precedentes. O nome dessa república é Gilead, mas já foi Estados Unidos da América. As mulheres de Gilead não têm direitos. Elas são divididas em categorias, cada qual com uma função muito específica no Estado. A Offred coube a categoria de aia, o que significa pertencer ao governo e existir unicamente para procriar, depois que uma catástrofe nuclear tornou estéril um grande número de pessoas.


Aprendemos a sussurrar quase sem qualquer ruído. Na quase-escuridão podíamos esticar nossos braços, quando as Tias não estavam olhando, e tocar as mãos umas das outras sobre o espaço. Aprendemos a ler lábios, nossas cabeças deitadas coladas às camas, viradas para o lado, observando a boca umas das outras. Dessa maneira trocávamos nomes, de cama em cama:
Alma. Janine. Dolores. Moira. June."

Acho difícil hoje alguém não conhecer O Conto da Aia, seja por causa da série de TV, seja por causa do livro a qual inspirou a adaptação. No meu caso, eu assisti primeiro as duas temporadas (ainda não tinha saído a terceira) antes de ler o livro. Em partes, isso foi bom, mas também me atrapalhou um pouco por motivos que citarei no decorrer da resenha.
O Conto da Aia se passa em Gilead, uma república que já foi conhecida como Estados Unidos e que no atual momento é um Estado teocrático e totalitário. Nela, não existem mais faculdades, livros e revistas são proibidos. Os criminosos são fuzilados e pendurados no Muro, em praça pública, para servirem de exemplo. E as mulheres já não têm direitos e agora são divididas em castas, onde cada grupo tem uma função diferente para o Estado.
A república foi construída pois começaram haver um grande número de pessoas estéreis e para isso, as autoridades criaram a casta das aias: mulheres que são férteis e por causa disso, são estupradas mensalmente pelos seus comandantes para aumentarem a porcentagem de nascimento. Elas só usam roupas da cor vermelha e perdem os seus nomes, recebendo o nome de seus comandantes (ex.: a aia do comandante Fred, chama-se Offred - "DeFred").
Além das aias, existem as Esposas (usam sempre vestidos verdes), que são mulheres que não podem engravidar, mas que são casadas com os comandantes e portanto vivem para conseguirem um filho; as Marthas são as cozinheiras e empregadas domésticas (utilizam sempre vestidos cinzas); e por fim, existem a não-mulheres, que são aquelas que não podem ter filhos, ou que são homossexuais, ou são viúvas, ou feministas e portanto, são obrigadas a trabalharem nas colônias, lugares onde o nível de radiação é mortífero.
O história é narrada por uma aia que durante o livro inteiro não sabemos o seu real, só sabemos como ela conhecida pelo nome dado pelo Estado, Offred. Ela narra tudo o que já passei, pois quando começa o livro, já faz algum tempo que Offred está vivendo nessa situação, e o que está acontecendo naquele momento da vida dela. A narrativa é toda pela visão dela e temos alternando, com o presente, algumas memórias de Offred junto com o seu marido e sua filha.
O livro é mais devagar do que a série, mas acho que faz sentido com o enredo, pois como é uma leitura mais pesada, acredito que se a autora corresse com o desenrolar dos acontecimentos, eles não teriam o peso necessário que ela pede (e que há).
Apesar de na época, já ter assistido as duas primeiras temporadas, gostei de ter lido, pois há algumas diferenças com a série, principalmente em relação ao final, que ainda não ocorreu com a adaptação, considerando que ela ainda não acabou. Porém, por já saber muitas coisas que aconteceriam, travei um pouco na leitura e ainda sendo lenta, só atrapalhou mais.
Mesmo gostando do livro, por ser uma história que é muito atual, ainda mais se formos pensar que ele foi escrito em 1985, acho que prefiro a série, por trazer pontos que não são aprofundados na obra original e também por trazer outras narrativas.
Recomendo muito o livro, ainda mais hoje em dia, pois infelizmente, existem muitas semelhanças assustadoras. Mas para quem não está afim de ler, recomendo assistir a série, pois considero excelente. Mas aviso que a série é tanto ou até mais pesada e violenta que o livro, então só assistam se estiverem em um bom momento.

Não se pode fazer uma omelete sem quebrar os ovos, é o que diz. Pensamos que faríamos melhor.
Melhor?, digo, em voz baixa, apagada. Como ele pode pensar que isto é melhor?
Melhor nunca significa melhor para todo mundo, diz ele. Sempre significa pior, para alguns."

Até a próxima e boa leitura!

12 comentários

  1. Eu assisti as duas temporadas da série e já estou com o livro aqui para ler. Eu achei a série maravilhosa, não consegui parar de olhar até ter terminado as duas temporadas. Estou esperando meu namorado terminar de assistir para podermos olhar a terceira temporada juntos. Não aguento mais de ansiedade, estou louca para saber o que vai acontecer.

    Beijos.

    Books and Movies
    www.booksandmovies.com.br/

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  2. Olá,

    Já ouvi inúmeros comentários sobre esse livro, alguns elogios puros e outro falar do ritmo da história, tenho um certo problemas com livros que demoram para ter alguma ação, porém não descarto essa leitura por tratar de um assunto que me deixa bastante curiosa. É mais provável que eu assista a série e depois faça a leitura. Gostei de saber um pouco mais sobre o enredo.

    beijos,
    oculoselivrosblog.blogspot.com.br/

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  3. Olá!!

    Primeira resenha que leio falando do ritmo lento da narrativa o que já acende uma luz amarela, mas não diminui meu interesse em ler a obra, assim como você disse trata de um assunto atual, eu diria até atemporal infelizmente. Vi o primeiro episódio da série em um momento tenso e decidi esperar para continuar, pensei em começar pelo livro, agora estou confusa, mas vou retornar a essa história em breve. Adorei sua resenha.

    Beijos
    http://osuficientee.blogspot.com

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  4. Oie, tudo bem? Assisti apenas a primeira temporada e concordo contigo, é uma obra extremamente necessária, infelizmente há muita semelhança com o nosso cenário atual. Margaret escreve lindamente e já quero ler o segundo volume da obra que provavelmente será lançado em novembro.

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  5. Oi, eu tenho curiosidade de ler o livro, e depois talvez ver a série, tem uma premissa bem assustadora por essas semelhanças com a realidade e por ser atual mesmo a autora tendo criado há tantos anos. Gostei muito de conferir sua opinião e de saber dessas diferenças entre livro e série.

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  6. Olá, Carolina!

    Este é um dos meus livros preferidos, uma história que nos assusta e machuca, mas que se faz extremamente necessária. Quando li não imaginava que fosse ser tão profundamente marcada pelo livro e por todo aquele horror narrado pela Offred. Todo tempo eu ficava torcendo para que ela conseguisse sair daquela situação, recuperasse a filha e o marido. Enfim... Foi uma leitura pesada.

    Ainda não assisti a série de TV e a verdade é que não sei se um dia assistirei. Sou daquelas que pega implicância quando alteram muitas coisas, não costumo gostar. Vou ler primeiro a continuação escrita pela autora antes de considerar assistir a série.

    Bjs!

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  7. Ooi,
    Eu quero muito ler esse livro mas tenho até um pouco de medo do tanto que vou gostar. Quero assistir a série antes de ler e é bom saber que a adaptação aprofunda alguns pontos também. Adorei a resenha e espero poder ler em breve.

    beijos

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  8. Oi!

    Eu comprei esse livro no kindle tem tipo um milhão de anos e ainda não consegui tomar vergonha na cara para ler (apesar de estar louca querendo). Fiquei um tanto preocupada com o ritmo da história, honestamente livros muito lentos me entendiam, mas ainda assim quero investir nesta leitura.

    Beijinhos

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  9. Olá, tudo bem?

    Eu ainda não tive a oportunidade de ler, mas estou doida para! E, agora, estou dodia pela edição ao estilo HQ que foi lançada na bienal desse ano. Pretendo assistir a série só depois de ler. Mas vai demoar um cadinho, ppis não vai dar pra adquirir agora.

    Super entendo suas colocações, e acho que com uma temática tão pesada é o que você disse, não dá para correr mesmo. Ainda mais ansiosa para ler!

    Beijo!

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  10. Eu sou atrasada pq eu não li esse livro e não assisti a série. Sempre vejo resenhas sobre ele mas é um tipo de leitura que não me motiva muito a ler. Mas uma coisa me motivou, saber que se tem a série dele. Depois poderia me dizer o nome dela e onde posso encontrar ela?.

    Beijos

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  11. Oi, Carol!
    Eu ainda não assisti a série e tentei ler o livro, mas o ritmo era muito lento, por isso adiei por um tempo a leitura. Mas pretendo voltar a ler até o final dessa vez, quem sabe até lá eu também não tenha acesso à série.
    bjos
    Lucy - Por essas páginas

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  12. Esse livro é magnífico, só li excelente resenhas e desejo demais ler essa história. Irei comprar essa obra na black friday esse ano e pretendo ler em breve.

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