Resenha: As Garotas - #MulheresEmFoco

Título: As Garotas
Autor(a): Emma Cline
Editora: Intrínseca
Páginas: 333
Ano: 2017
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: No final da década de 1960, a jovem Evie Boyd vive sozinha com a mãe no norte da Califórnia. Aos quatorze anos, imersa em inúmeras questões de autoaceitação, ela se sente muito desconfortável com o próprio corpo e tem apenas uma pessoa com quem contar: Connie, sua amiga de infância. No início do verão, uma briga faz com que as duas se afastem, e Evie encontra um novo grupo: garotas que demonstram extrema liberdade, usam roupas desleixadas e emanam uma atmosfera de abandono que a deixa fascinada. A jovem logo percebe que já está sob o poder e o domínio de Suzanne, a mais velha do grupo, e acaba entrando em um culto sombrio, liderado pelo carismático Russell Hadrick. Conforme sua obsessão por Suzanne se intensifica, ela não percebe que se aproxima de uma violência inacreditável.

- Mas eu moro com ele, sabe - disse ela. - Tipo, ele paga todo o aluguel e tal.
- Sempre há para onde ir - falei.
Pobre Sasha. Pobre garotas. O mundo as engorda com a promessa do amor. Como precisam desesperadamente dele, e quão pouco a maioria delas receberá. As músicas pop melosas, os vestidos que os catálogos descrevem usando palavras como "pôr do sol" e "Paris". E depois esses sonhos lhes são tirados com tanta violência; a mão arrancando os botões das calças jeans, ninguém olhando para o homem que grita com a namorada no ônibus. A tristeza que senti por Sasha me deu um nó na garganta."

Desde que eu comprei esse livro, eu estava com bastante expectativa sobre o que ia encontrar ao ler. E por muito tempo estive animada para ler o quanto antes, tanto que coloquei ele no meu desafio desse ano. No entanto, depois que já tinha separado ele, li algumas críticas de uma pessoa que considero bastante a opinião e os comentários me assustaram um pouco. Mesmo assim, não desisti - até porque precisava saber se ele continuaria na minha estante ou se iria embora.
A história se passa nos anos 60, nos EUA - mais precisamente na Califórnia. Evie Boyd é uma jovem solitária, que não se dá muito bem com a mãe e em somente uma amiga (que nem sei se pode chamar de amizade, mas enfim...).
Num dia, andando no parque, ela vê um grupo de garotas um pouco mais velhas que ela e que "transmitem" uma aura de liberdade e autoconfiança que Evie nunca tinha sentido antes. A partir disso ela fica obcecada com essas garotas, principalmente Suzanne.
Suzanne faz parte desse grupo que segue um líder fanático e os integrantes o consideram quase como um deus. Principalmente entre as garotas (pois há um homem e até crianças!), existe uma admiração doentia, já que o líder - Russell - sabe muito bem como manipula-las.
O livro é inspirado nos crimes cometidos pelo culto do Charles Manson, onde eles mataram, dentre as diversas vítimas, a atriz Sharon Tate.
Primeiro, preciso comentar que o livro é bem pesado, pois há diversas violências, seja física ou mental, uso de drogas, preconceitos e vários outros abusos. Têm partes que é difícil ler. Então, para quem não gosta de histórias assim, não sei se é a melhor leitura.
Achei o começo bem confuso e a história o tempo todo foi muito lenta. A construção do enredo é bem feita e acredito que a autora conseguiu passar o ela queria: como as mulheres sempre passaram por uma vulnerabilidade - seja nos anos 60 ou atualmente. Além das construção dos personagens, que para mim foi o ponto mais alto do livro.
Não sei se posso dizer que a leitura foi uma decepção, mas foi bem abaixo do que eu esperava encontrar.
Para finalizar, preciso comentar sobre a edição da Intrínseca, que está maravilhosa! A capa é lindíssima (mantiveram a original), inclusive sendo capa dura e a diagramação está muito boa. Não achei erros, o que é excelente!

Por ser um livro que não ficou muito famoso aqui no Brasil, me digam se vocês conheciam e se já leram, para eu comparar as opiniões.

Até a próxima e boa leitura!

6 comentários

  1. Oi Carolina,
    sabe que gosto de ler uns livros mais pesados? Pois assim, hoje noto que os adolescentes eles tem vivido meio que loucamente, esse livro me lembrou um pouco Reconstruindo Amelia que trata de um abuso mental bem grande também. Gostei muito do enredo

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  2. Eu estava com uma expectativa bem alta para esse livro, mas depois de ler sua resenha tentarei me conter para a decepção ser menor. Esse começo lento me desanima bastante, mas ainda assim, quero ler.
    Beijos

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  3. Oi Carol!
    Não conhecia esse livro, fiquei pensando e lendo sua resenha é o tipo de livro que desperta meu interesse, e que quero muito ler. Esse enredo me parece ser tipo que mexe bastante com o emocional e com o psicológico. Parabéns pela resenha, estou anotando a dica. Bjs!

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  4. Oi, eu já tinha visto a capa mas não sabia do que se tratava, interessante saber que tem relação com esses acontecimentos reais. Pena que não superou suas expectativas, mas me parece legal essa falar sobre a vulnerabilidade feminina na nossa sociedade.

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  5. Olá!!

    Esse é meu primeiro contato com esse livro e sinceramente não faz meu tipo, histórias muito pesadas me afetam negativamente então evito. Gostei bastante da sua resenha, achei bem coerente e sincera.

    Beijos

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  6. Olá, tudo bem?

    Eu conheço esse livro vagamente por meio de outros blogs e igs literários, mas tem algum tempo que li alguma resenha sobre ele. Parabéns pela resenha, ficou bem legal, mas infelizmente não faz muito meu tipo de leitura.
    Abraço!

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