Resenha: Céu Sem Estrelas

Título: Céu Sem Estrelas
Autor(a): Iris Figueiredo
Editora: Seguinte
Páginas: 360 | Ano: 2018
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: Cecília acabou de completar dezoito anos, mas sua vida está longe de entrar nos trilhos. Depois de perder seu primeiro emprego e de ter uma briga terrível com a mãe, a garota decide ir passar uns tempos na casa da melhor amiga, Iasmin. Lá, se aproxima de Bernardo, o irmão mais velho de Iasmin, e logo os dois começam um relacionamento.
Apesar de estar encantado por Cecília, Bernardo esconde seus próprios traumas e ressentimentos, e terá de descobrir se finalmente está pronto para se comprometer. Cecília, por sua vez, precisará lidar com uma série de inseguranças em relação ao corpo – e com a instabilidade de sua própria mente.

Alguém falou sobre o horário. Eu havia perdido a noção do tempo. Olhei para o relógio na parede da cozinha e vi que eram sete da manhã. O dia anterior passara num borrão.
Tudo que conseguia lembrar era do céu sem estrelas.
[...] - Não existe um céu sem estrelas, Cecília. Mesmo quando estão cobertas pelas nuvens, ainda estão lá. A gente só não consegue enxergar."


Esse livro estava parado na minha estante fazia anos e apesar de até mês passado eu ainda não ter lido ele, sempre achei das capas mais bonitas da minha coleção. Até que esse ano, na minha proposta de tirar livros parados na estante, escolhi Céu Sem Estrelas para ler na leva de livros do mês passado.
Cecília acabou de completar dezoito anos e está no primeiro ano da faculdade de desenho industrial, mas em vez dela estar feliz comemorando, ela acabou de ser mandada embora do seu primeiro emprego, em uma livraria de um shopping no Rio de Janeiro.
Cecília não vivia um bom relacionamento com sua mãe já tinha um tempo, mas alavancou com a volta do relacionamento dela com seu padrasto. Por isso, esconde por diversos dias que perdeu o emprego. Mas obviamente uma hora a sua mãe iria descobrir e quando isso acontece, resulta numa briga ferrenha entre as duas, onde ela acaba sendo expulsa da sua própria casa. Não querendo atrapalhar novamente a sua vó, já que sempre que briga com a sua mãe, é para a casa dela que vai, a jovem decide passar um tempo na casa da sua melhor amiga, Iasmin.
Além de todos esses problemas que surgiram tudo ao mesmo tempo, Cecília ainda precisa lidar com a sua baixa autoestima e com o julgamento constante dos outros por ela ser gorda.
Agora morando na casa de sua amiga, Cecília começa a conviver mais tempo com Bernardo, irmão de Iasmin. Eles já se conheciam, mas era sempre uma conversa rápida. O rapaz está sempre disposto a ajudá-la no que precisa e quanto mais vão se conhecendo melhor, mais ele vai entendendo Cecília e seus problemas. Mas um erro do garoto pode colocar tudo a perder.
O livro tem dois narradores: Cecília e Bernardo. Apesar de Bernardo ser um personagem legal, que tem os seus problemas particulares, as partes de Cecília são bem mais interessantes de se ler. Ela em si já é uma personagem mais completa. A gente, enquanto lê, quer saber mais sobre ela principalmente, já que ela é tão complexa.
As situações que ela tem que passar por ser gorda é muito triste. Tem uma cena especifica, que ela vai ao shopping com Iasmin comprar novas roupas e o jeito que as vendedoras olham para ela, o modo como respondem que a loja não tem o número que ela está à procura é nojento. A Iris descreve tão bem essa cena que parece que nós estamos juntos na loja vendo tudo isso acontecer.
Uma coisa que eu sabia que era importante para a história antes mesmo de ler é o fusca azul. Sabem quando vemos um fusca na rua e o primeiro que vê ele dá um soquinho no braço da pessoa do lado? Então, é muito legal ver essas brincadeiras que fazemos no nosso dia a dia num livro. Faz a gente se identificar mais com a história.
Outro exemplo. A cidade onde a trama acontece, Rio de Janeiro. Mesmo sendo paulista, vários cantos onde os personagens passam a gente conhece e reconhece. A própria faculdade onde Cecília estuda, a UFRJ. Poxa, eu estudei na federal de São Paulo, então existem muitas semelhanças e é muito legal se ver na história. Estamos tão acostumados a ler, principalmente romances jovens, que se passam nos Estados Unidos ou no máximo na Inglaterra, que quando se passa aqui do lado, a gente se emociona.
Por último, mas não mesmo importante, tenho que falar sobre a belíssima capa. Digo com tranquilidade que é das capas mais bonitas que tenho na minha estante. A ilustração é de Malena Flores consegue refletir muito bem toda a história. Belíssima, só isso pra falar.

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Até a próxima e boa leitura!

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