Resenha: O Ano da Graça

Título: O Ano da Graça
Autor(a): Kim Liggett
Tradutor(a): Sofia Soter
Editora: Globo Alt
Páginas: 353 | Ano: 2020
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Sinopse: Tierney James vive no Condado de Garner, uma sociedade patriarcal onde as garotas aprendem desde cedo que sua existência é uma ameaça. Lá, acredita-se que jovens mulheres detêm poderes obscuros e, por isso, ao completarem dezesseis anos, são enviadas a uma espécie de campo de trabalho, no qual devem permanecer durante um ano para se “purificar”. Mas nem todas retornam vivas e as que voltam parecem diferentes. No Condado de Garner, é proibido falar sobre o Ano da Graça. Mas Tierney está pronta para subverter as regras.


Ninguém fala do Ano da Graça.
É proibido.
Nos dizem que temos o poder de fazer homens adultos saírem de suas camas, deixar garotos alucinados e enlouquecer as esposas de tanto ciúmes. Acreditam que nossa pele emana um afrodisíaco poderoso, a essência potente da juventude, de uma menina à beira de se tornar mulher. É por isso que somos banidas aos dezesseis anos, para liberarmos nossa magia na natureza antes de voltarmos à civilização.

 


Já tem algum tempo que venho fazendo leituras que não esperava nada e ao final dela, termino me surpreendendo com a história. E não foi diferente com O Ano da Graça.
Fazia algum tempo que eu não lia uma distopia. Houve uma época em que li tantos livros do gênero que cansei um pouco desse tipo de história e decidi dar uma pausa nas leituras, principalmente nos enredos mais jovens. Até que mês passado decidi tirar ele da estante e ver o que eu encontraria nele. E eis que para a minha surpresa, eu gostei muito da história.
No Condado de Garner, a existência de jovens mulheres é uma ameaça à sociedade. Esse é o ensinamento passado a todos desde pequenos e com Tierney James, a nossa protagonista, não é diferente.
Os homens acreditam que por elas serem filhas de Eva, as mulheres são detentoras de poderes obscuros, utilizados para atrair os homens adultos, alucinar os garotos e enlouquecer as esposas de tanto ciúmes. Por isso, ao completar 16 anos, as garotas são enviadas a uma espécie de campo, afastadas de todos, onde permanecem por um ano para liberarem sua magia na natureza e voltarem purificadas. O problema é que nem todas retornam e as que sobrevivem voltam diferentes. Esse é o Ano da Graça!
Quando eu comecei a ler esse livro, eu não fazia ideia do que esperar e por isso mesmo estava com a expectativa bem baixa. E felizmente a história me surpreendeu e eu amo quando isso acontece.
O começo é um pouco lento e confuso, porque ainda não entendemos as leis do Condado nem como funciona o Ano da Graça. Mas a partir do momento que as meninas são afastadas, levadas para o campo, alguns pontos vão se encaixando. Reviravoltas surgem, personagens vem, personagens vão e a gente se choca com a quantidade de violência que a história tem.
Esse último ponto foi o que mais me chocou, eu acho. Nunca imaginaria que o livro seria tão violento. É impressionante como a psicologia das massas e a histeria coletiva funciona. Aqui dá para ver muito claramente. Em como um líder consegue convencer um grupo a acreditar nas maluquices que ele fala e elas seguem ele sem nem questionar. Na história, as garotas que vão pro Ano da Graça tomam atitudes inacreditáveis por acreditarem num poder que elas podem ter.
O único detalhe que não gostei foi o romance que surge no meio do livro. Achei que acrescentou pouco e surgiu do nada. É o meu problema com essas histórias, por que os autores acham que precisam colocar romance e quase nunca eles são necessários.
Por último, o meu maior medo quando comecei a ler era que tivesse continuação. Que fosse uma duologia, trilogia ou até mesmo uma série. Felizmente a história fecha todas as questões e temos um final condizente.
Para quem gosta de histórias desse tipo, O Ano da Graca é uma boa indicação.

Até a próxima e boa leitura!

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