Resenha: Uma Viagem Pelos Países Que Não Existem

Título: Uma Viagem Pelos Países Que Não Existem
Autor(a): Guilherme Canever
Editora: Pulp
Páginas: 192 | Ano: 2016
Onde Comprar:  Amazon
Sinopse: Você já ouviu falar da Ossétia do Sul, da Transnístria ou da Somalilândia? E da Abecásia ou de Nagorno-Karabakh? Sabe o que esses nomes estranhos têm em comum? São todos países independentes mas não reconhecidos pelas Nações Unidas. Ou seja, são países com fronteiras, bandeiras, populações, vistos, moedas próprias e sistemas de governo que não fazem parte dos 193 países-membros da ONU. Além desses absolutamente desconhecidos por grande parte da população mundial, figuram nessa lista também nomes bem mais familiares como a Palestina, o Kosovo, Caxemira, Tibete e Taiwan. O viajante Guilherme Canever visitou 16 países não reconhecidos pela ONU e nos presenteou com relatos, histórias e questionamentos sobre cada um desses lugares espalhados pelo mapa mundi.



O que é um país? Segundo o dicionário, é a "área política, social e geograficamente demarcada, sendo povoada por indivíduos com costumes, características e histórias particulares.". Mas ficar só nessa definição é não expandir a visão, porque na prática, não funciona exatamente desse modo. Os próprios números variam para cada entidade.
Alguns dados: a ONU possui 193 países-membros; a FIFA tem 209 países afiliados; o Comitê Olímpico Internacional reúne 206 países; ISO (ou a Organização Internacional de Normalização) tem códigos para mais de 245 países; no site para solicitação de visto para os EUA, existem mais de 250 opções de países.
Segundo o Direito Internacional, um território para ser considerado um país precisa ter os seguintes pré-requisitos:

  • população permanente;
  • território definido/controle de fronteiras;
  • capacidade de se governar;
  • relações com outros países.

Na história da humanidade houveram diversas guerras, anexações e separações entre países. No entanto, após a Segunda Guerra Mundial, os países se reuniram e criaram a Carta das Nações Unidas (1945), uma maneira de regulamentar as relações entre eles. Segundo a resolução 1.514 sobre a descolonização: "Todos os povos têm direito de livre determinação; em virtude deste direito, eles determinam livremente seu estatuto político e buscam livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural". Isso fez com que em 2002 a Suíça se tornasse estado-membro da ONU e em 2011 o Sudão do Sul se separasse do Sudão e também se tornasse estado-membro.
Feito toda essa introdução, Guilherme Canever, em Uma Viagem Pelos Países Que Não Existem vai passar por 16 nações que não são reconhecidas internacionalmente. Elas são: República da Transnístria; República do Kosovo; República da Somalilândia; República Democrática Arabe Sarauí (ou Saara Ocidental); República Turca de Chipre do Norte; Estado da Palestina; República da Abecásia; República de Nagorno-Karabakh; República da Ossétia do Sul; República da China (ou Taiwan); Repúblicas Russas (por exemplo, Kalmukia, Tuva, Daguestão, Chechênia e Inguchétia); Tibete; República de Karakalpak; Caxemira; Turquistão Oriental e Curdistão.


Acervo pessoal. Foto interna.

A cada relato de uma nova viagem a um país diferente, os capítulos começam com essa parte da foto de cima, onde o Guilherme traz informações como população, moeda, as formas de governo, os idiomas que se falam ali, quais países (membros ou não) da ONU reconhecem a sua independência e quando ela foi conquistada, além de com quem disputam território. Ainda vem com representações do mapa com foco nos países que fazem fronteira e a sua bandeira.
As viagens são relativamente curtas, mas algumas passagens específicas por uns países são muito interessantes. Principalmente daqueles que a gente nunca ouviu falar. Transnístria (com esse nome difícil de escrever), Nagorno-Karabakh e Kosovo são bons exemplos disso que eu falei.
Em alguns países achei que faltou um pouco mais de detalhes sobre como foi a viagem, as dificuldades, as surpresas, mas nada que atrapalhe muito a leitura.


Acervo pessoal. Foto interna.

O livro é fino, mas muito interessante, até por serem países diferentes do comum. Recomendo demais e agora quero ler outros dois livros do Guilherme: De Cape Town a Muscat: Uma Aventura Pela África e Destinos Invisíveis: Uma Nova Aventura Pela África. O Instagram do autor é muito legal também de acompanhar (@saiporai).

Até a próxima resenha e boa leitura!

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