Resenha: Eu, Robô

Título: Eu, Robô
Autor(a): Isaac Asimov | Tradutor(a): Aline Storto Pereira
Editora: Aleph
Páginas: 320 | Ano: 2014
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Sinopse: Eu, Robô é um conjunto de nove contos que relatam a evolução dos autômatos através do tempo. É neste livro que são apresentadas as célebres Três Leis da Robótica: os princípios que regem o comportamento dos robôs e que mudaram definitivamente a percepção que se tem sobre eles na própria ciência. Eu, Robô inicia-se com uma entrevista com a Dra. Susan Calvin, uma psicóloga roboticista da U.S Robots & Mechanical. Ela é o fio condutor da obra, responsável por contar os relatos de seu trabalho e também da evolução dos autômatos. Algumas histórias são mais leves e emocionantes como Robbie, o robô baba, outras, como Razão, levam o leitor a refletir sobre religião e até sobre sua condição humana.

- Temos o seguinte. A primeira: um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano venha a ser ferido.
- Certo!
- A segunda - continuou Powell -: um robô deve obedecer as ordens dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
- Certo!
- E a terceira: um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou com a Segunda Lei.
- Certo! E onde ficamos com isso?
- Exatamente nessa explicação. O conflito entre as várias regras é eliminado pelos diferentes potenciais positrônicos no cérebro. Digamos que um robô está caminhando em direção ao perigo e sabe disso. O potencial automático estabelecido pela Regra 3 o faz voltar. Mas suponha que você ordenou que ele fosse em direção àquele perigo. Nessa caso, a Regra 2 estabelece um potencial contrário maior do que o potencial anterior, e o robô segue as ordens, colocando em risco sua existência."


Esqueçam tudo que vocês viram no filme Eu, Robô. Esqueçam do personagem do Will Smith, do robô Sonny e também da Dra. Susan Calvin. E olhem que eu adoro ele, mas hoje, como história independente.
Na verdade, a única semelhança entre o filme e os contos escritos por Isaac Asimov, além do título é a personagem da Dra. Susan Calvin. Mas somente no nome, uma vez que no livro ela já está com mais idade e é uma cientista super reconhecida, enquanto na adaptação ela está no começo da sua carreira.
O livro é um conjunto de contos narrados pela Dra. Susan Calvin, psicóloga roboticista da U.S. Robots and Mechanical Men, Inc, e a nossa protagonista dessas histórias. Personagem de algumas situações e ouvinte de outras, a cientista começa o livro, agora com seus 75 anos e aposentada, dando uma entrevista para a Imprensa Interplanetária.
Segundo a pesquisa feita pelo jornalista sem nome, Susan estava totalmente ligada à U.S. Robots. Não era possível pensar em um sem pensar no outro. Formada em 2003 na Columbia, fez pós-graduação em cibernética e aprendeu a calcular os parâmetros necessários para corrigir possíveis variáveis no "cérebro positrônico", ou seja, a construir "cérebros". Em 2008, ela termina o doutorado e começa a trabalhar na United States Robots como "psicóloga roboticista", tornando-se a primeira profissional dessa nova ciência. Trabalhou com isso por cinquenta anos.
O primeiro relato que ela narra é sobre o robô Robbie, um modelo fabricado e vendido em 1996, um ano antes de Susan entrar na companhia. Um robô que para a época já era obsoleto, uma vez que já estavam produzindo especializações extremas e ele era somente uma máquina que nem falar conseguia. Por causa disso ele foi vendido como babá. Sua missão era cuidar de Gloria, uma menininha de 8 anos, que tinha muita energia e aprontava horrores. No entanto, a sra. Weston, mãe da criança, começa a ficar preocupada com a aproximação dos dois, porque segundo ela, "crianças não foram feitas para serem protegidas por uma coisa de metal" (mesmo ele estando com a família já a dois anos) e agora as vizinhas têm robôs mais modernos. A partir disso, o conto são tentativas infinitas desses pais de darem fim, venderem Robbie, mas a menina vai se apegando cada vez mais nele. E o final é interessantíssimo.
Os próximos contos tem como personagens essenciais, os especialistas de campo Gregory Powell e Michael Donovan, além do diretor de pesquisa, Alfred Lanning. Neles, teremos desde robôs que entram em crise com as leis da robótica, com uma lei cancelando a outra e nisso, eles entram num ciclo em que a única possibilidade de sair dele, é desativando as maquinas; até modelos que entram crise existencial e se tornam um Descartes robótico!
Eu, Robô é um livro repleto de histórias cativantes sobre esses seres de metal que não têm consciência nem sentimentos, mas que ao mesmo tempo, vão se evoluindo e ganhando entendimento do mundo e sobre os humanos.
Além de lermos sobre ética, filosofia, tecnologia, discussões sociais, o famoso livro de Asimov nos introduz às famosas Leis da Robótica, que mudou todo o futuro da literatura de ficção científica sobre robôs.
Um clássico do gênero, dos livros e que ganhou uma adaptação pouco fiel, mas muito famosa. Uma leitura que todos deveriam fazer, até mesmo como introdução à ficção científica, uma vez que é uma história surpreendentemente fácil de ser lida.

Até a próxima e boa leitura!

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