Resenha: O Que Há de Estranho em Mim - #MulheresEmFoco

Título: O Que Há de Estranho em Mim
Autor(a): Gayle Forman
Editora: Arqueiro
Páginas: 217
Ano: 2016
Onde Comprar: Amazon
Sinopse: Ao internar a filha numa clínica, o pai de Brit acredita que está ajudando a menina, mas a verdade é que o lugar só lhe faz mal. Aos 16 anos, ela se vê diante de um duvidoso método de terapia, que inclui xingar as outras jovens e dedurar as infrações alheias para ganhar a liberdade.
Sem saber em quem confiar e determinada a não cooperar com os conselheiros, Brit se isola. Mas não fica sozinha por muito tempo. Logo outras garotas se unem a ela na resistência àquele modo de vida hostil. V, Bebe, Martha e Cassie se tornam seu oásis em meio ao deserto de opressão.
Juntas, as cinco amigas vão em busca de uma forma de desafiar o sistema, mostrar ao mundo que não têm nada de desajustadas e dar fim ao suplício de viver numa instituição que as enlouquece.

- Porque isto aqui não é um programa de auditório, em que abro o coração, depois você me dá uma enxurrada de conselhos e eu saio daqui feliz da vida. O que você quer, o que a Red Rock quer, é me transformar numa espécie de robô que nunca vai discordar da minha madrasta, levantar a voz para o meu pai e fazer coisas de "rebeldes" como tocar numa banda ou pintar o cabelo. O que vocês não entendem, o que o papai não entende mais, é que não sou nem nunca fui rebelde. "Sempre dance conforme a sua própria música", era o que a mamãe costumava dizer para mim. E era assim que ela levava sua vida também. Portanto, eu não saí dos trilhos. Apenas escolhi trilhos diferentes. E é por isso que estou aqui."

Eu tendo a gostar muito dos livros da Gayle Forman. Tanto que Se Eu Ficar é dos meus livros favoritos da vida. Por causa disso, fui muita expectativa para a leitura de O Que Há de Estranho em Mim.
Aqui, acompanhamos a internação forçada de Britt em uma clínica, por intermédio do seu pai. Aos 16 anos, ela é considerada rebelde por simplesmente tocar em uma banda e pintar o cabelo. Portanto, seu pai decide que a melhor ideia para "concerta-la" é internando ela na clínica Red Rock.
Neste local, eles só aceitam garotas que são doidas por diversos motivos idiotas: ser lésbica, ter transtornos alimentares (como por exemplo, estar acima do peso), ou simplesmente porque os pais não queriam ter problemas cuidando de suas filhas.
Entre os diversos métodos de terapia que no mínimo são duvidoso, está xingar as outras garotas em meio a um círculo e dedurar as infrações alheias para ganhar a liberdade. Por causa disso, Britt se isola por um bom tempo, até fazer amizade com quatro garotas: V., Bebe, Martha e Cassie.
Juntas, as cincos vão desafiar o sistema e se tornam uma resistência em meio a tanta injustiça, opressão e violência. Elas irão mostrar que elas são garotas normais e que internar pessoas por causa desses (e outros) motivos só pode fazer mais mal do que bem.
Vocês mão têm ideia de como eu amei esse livro!

Disparei pelo corredor, me perguntando em que momento papai tinha se tornado uma daquelas pessoas das quais eu precisava esconder meu verdadeiro eu."

Primeiro, a escrita da Gayle Forman está excelente - como quase sempre (vamos esquecer de Apenas Um Dia...). O jeito como ela trata de assuntos que fazem parte do dia-a-dia de muita gente, com uma delicadeza ao mesmo tempo em que faz algumas críticas à sociedade é brilhante.
Gosto muito de como ela trabalha questões como luto, morte, depressão, suicídio, preconceito, saúde mental, entre vários outros temas importantes.
Neste livro, temos Britt, uma personagem muito forte, que mesmo sendo colocada em um ambiente que só tem como objetivo oprimir garotas que são "diferentes" por um grupo de pessoas ignorantes, ainda consegue se manter firme com os seus ideais - mesmo que ela acabe sofrendo por causa disso.
As outras personagens que farão parte do círculo de amizade de Britt são tão forte quando ela, com cada uma com sua personalidade muito bem definida.
Só acho que algumas vezes a autora força muito os romances. Para mim, não havia tanta necessidade, mesmo que ele tenha resultado numa cena linda - entre as garotas.
Outra coisa que me incomodou um pouquinho nesse livro foi que achei o final muito rápido. Dava para mostrar um pouco mais do que tinha acontecido, inclusive, queria muito (até porque o livro tem apenas 217 páginas).
Portanto, recomendo mais um livro da autora. Ano passado foi Eu Estive Aqui e esse ano é esse.

Analisando o que tinha acontecido à Martha e a reação da escola, finalmente tive um estalo. Quem eram os doidos de verdade? [...] Mas, como um vulcão à beira da erupção, algo agora borbulhava dentro de mim. Não apenas raiva e indignação, mas uma inusitada vontade de agir. Já não aguentava mais estar nas garras daquele bando de pessoas cruéis e sem noção. O mundo estava de cabeça para baixo. Os adultos tinham abandonado seu papel, buscando refúgio num casulo de ignorância para depois dizer que os filhos é que eram desajustados. Não dava mais para confiar neles. Não havia mais ninguém para nos orientar, para cuidar da gente. Então só nos restava uma coisa: cuidar de nós mesmas."

Até a próxima e boa leitura!

7 comentários

  1. Oi Carolina tudo bem?
    Li esse livro assim que ele foi publicado e gosto muito dele!
    Acho que o fato da autora explorar a saúde mental de adolescentes e toda agressão psicologia que a personagem passa, é muito importante

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  2. Olá...
    Adorei sua resenha!
    Eu sou completamente fã da Gayle Formam e seus livros estão sempre dentre os meus favoritos, infelizmente, ainda não tive a oportunidade de ler esse, mas, pretendo o fazer em breve... É uma pena você ter achado o final corrido e que a autora tenha exagerado no romance :(
    Bjo

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  3. Olá, tudo bem? Eu li "Se eu ficar" há um bom tempo já, foi um dos meus primeiros livros, então não lembro muita coisa, mas sei que gostei, haha. Quero muito ler essa obra, a premissa é muito interessante. Adorei a resenha!

    Beijos,
    Duas Livreiras

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  4. Oi, eu sou bem curiosa para ler esse livro e ver como as garotas conseguirão se unir nesse lugar tão apavorante. Se não me engano, esse foi o primeiro livro da autora, então talvez por isso algumas coisas ainda pudessem ser melhores exploradas. Amei sua resenha!

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  5. Eu amo essa história, mesmo que seja uma das mais fracas da autora, ela é bem reflexiva e traz uma mensagem muito importante!
    Um beijo.

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  6. Esse é um livro que eu vejo muita gente falando maravilhosamente bem ou absolutamente mal, aparentemente não existe um meio termo no tocante a esta história. Gosto de livros reflexivos e que inspiram então vou anotar a dica pois quero apostar nesta leitura e descobrir em qual dos dois times vou estar.

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  7. Olá! Tentei ler Se eu ficar e abandonei. Tentei ver o filme duas vezes e desisti. Depois disso não insisti mais em ler mais nada da autora. Teve uma época que vi muita gente falando desse livro, cheguei a pensar em ler, mas nos últimos meses meu gosto literário mudou e livros com personagens juvenis tenho deixado de lado. Fico pensando o que fazer com os não lidos da minha estante, porque antes eu era apaixonada por juvenis e tenho bastante kkkk Amei a resenha e seu blog! Parabéns! bjs

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